Jumento de Ouro Awards

“pedro disse…

Você demonstrou um profundo desconhecimento sobre a economia Brasileira. O Brasil tem potencial para crescer 8% AA,o problema é o BC com a Selic. Índia cresce 8%,China a 9%,Brasil 5%.Temos que crescer 9%,basta você baixar o juros que o Brasil cresce.”

10:42 da manhã e já temos um candidato ao Jumento de Ouro (podem votar, segundo sugestão do Kléber; depois eu publico os resultados).

A começar pela afirmação “Índia cresce 8%, China a 9%, Brasil 5%”. Como bem lembrado pelo “O”, trata-se de países muito pobres, com renda per capita bastante inferior à brasileira. Se há um fato que sobrevive em todos os estudos sobre crescimento é a convergência (condicional): economias mais pobres tendem a crescer mais rápido que economias mais ricas, isto é, a produtividade marginal do capital tende a ser maior onde capital é escasso.

Para quem gosta de outra abordagem (eu diria mais complementar que substituta), o que China passa hoje não é fundamentalmente diferente do que o Brasil passou há 40-50 anos: urbanização. Saem pessoas de atividades de produtividade baixa (agricultura) para atividades de produtividade relativamente elevada (indústria). No processo a produtividade total cresce (mesmo se não houver crescimento de produtividade em cada setor individual), e o crescimento acelera. Isto disto, já passamos por tal processo. Nossa história agora é outra, a saber, fazer crescer a produtividade em cada um dos setores, não mais pela transferência entre setores.

“O Brasil tem potencial para crescer 8% AA”. Isto acabou de ser desmentido. Com o crescimento batendo 5,5-6% a inflação sobe, como já mostrado aqui (http://www.chumbogordo.com.br/2008/05/14/inflao-e-o-p-de-feijo/), aqui (http://www.chumbogordo.com.br/2008/05/28/inflao-alm-do-p-de-feijo_28/), e aqui (http://www.chumbogordo.com.br/2008/06/11/inflao-contagiosa/).

A propósito: de onde saiu o número de 8% (aliás, insuficiente, já que “Temos que crescer 9%,”)? Há algum trabalho, alguma estimação, ou é só uma questão de “vontade ‘pulítica’”?

Meu voto para o Jumento de Ouro de 29/11/08 já foi dado.

70 thoughts on “Jumento de Ouro Awards

  1. Alex,
    o nível do blog caí tda vez que vc dá espaço pra esse tp de coisa…pow o cara não sabe porra nenhuma do que ta dizendo…ignora! O nível desse blog é muito mais alto quando deixamos “esses” falarem sozinho e nos dedicamos a questões mais relevantes.
    Se o senhor aceita sugestões, pare de postar coisas desse tipo.
    Abcs,
    Daniel

  2. Eu voto no anonimo que disse que o fim da lei da informatica foi causador de desemprego no Brasil. Isso e’ uma mega-asneira.

    Abracao

    Kleber S.

  3. Olha não é por mal não mais o Brasil não completou seu processo de urbanização,ainda somos um pais pobre.

    Programa de substituição das importações,ampliação dos gastos públicos em capital humano (investir mais nas federais).

  4. “Olha não é por mal não mais o Brasil não completou seu processo de urbanização,ainda somos um pais pobre.”

    PIB per capita (PPP)
    Brasil: 9700
    China: 5325
    Índia: 2563

    Urbanização:
    China: 41,8%
    (http://en.wikipedia.org/wiki/People%27s_Republic_of_China#Demographics)
    Brasil:84,3%
    (http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=317)

    Conforme disse, o Brasil é mais rico (quase duas vezes a renda per capita por PPP) e duas vezes mais urbanizado. Quem bom confontar as afirmações com os dados, não?

    Pedro:

    É muito egoísmo seu. Além do Jumento de Ouro você quer levar também o Autista Econômico?

  5. “É importante ter em vista que se o crescimento de longo prazo depende diretamente da acumulação de capital não existe absolutamente nenhuma razão para esperar uma convergência automática de taxas de crescimento, já que os resultados da convergência são inteiramente baseados na tendência neoclássica tradicional para retornos marginais decrescentes do capital.
    Então, uma vez que a idéia implausível de escassez do trabalho é removida, fica claro que o desenvolvimento desigual é simplesmente a norma em economias capitalistas. Isso também significa que algum tipo de Estado Desenvolvimentista que esteja preocupado em promover a acumulação de capital é uma condição realmente necessária (embora não suficiente) para o “catch-up” ou a “convergência”.”

    Precisamos de Estados Desenvolvimentistas!

  6. TERMODINAMICA E CINETICA APLICADAS ‘A ECONOMIA

    Um dia um cientista frances, Lavoisier, veio com a seguinte assertiva:
    “Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Uma barbaridade de insight!

    De fato isso equivale a dizer que a quantidade de massa e energia no universo sao constantes. Lavoisier ficou famoso, sendo lembrado em todos os restaurantes mequetrefes ate’ hoje.

    No entanto o pricipio de conservacao de energia tinha uma coisa intrigante. Imaginem voces o Marolinha segurando um copo na mao, e que o mesmo caia ao solo (o copo, nao o Marolinha). A energia potencial do copo na mao do Marolinha se transforma em energia cinetica durante sua queda, e, ao atingir o solo (sem se quebrar), transforma a energia cinetica em calor, findando o processo. Ate’ ai’ tudo bem. O que ha’ de intrigante neste fenomeno natural? O que intrigou cientistas por ai’ e’ o fato de que, do ponto de vista de conservacao de energia, nada impede que um copo no chao absorva calor do solo e volte por si proprio ‘a mao de quem o deixou cair. Criou-se entao a ciencia termodinamica, que demonstra a direcao dos processos naturais. A entropia e’ a variavel termodinamica mais conhecida. Imbecis de quatro costados do mundo todo vivem atribuindo o adjetivo “entropico” a coisa que nao tem nada a ver, porque um aumento de entropia e’ observado na ocorrencia de um processo natural em um meio adiabatico, ou seja, que nao troca calor com o exterior. Como o Universo e’ o unico meio realmente adiabatico…

    No entanto, embora um processo, como uma reacao quimica por exemplo, tenha ocorrencia termodinamicamente favoravel, isso nao indica que ele va’ ocorrer em tempo finito. A Cinetica trata entao do estudo das velocidades de reacao. Catalisadores sao corriqueiramente utilizados para acelerar uma reacao, e diluicao para frea-la.

    Mais um pouco de paciencia com a ciencia, que a gente ja’ chega na economia. Imaginem o motor de vossos carros. Ao dar a partida os senhores estao iniciando un ciclo termodinamico, que se repetira’ da mesma maneira dia apos dia, ano apos ano caso as condicoes do motor nao se deteriorem. Esta’ “escrito” no projeto do tal motor. No entanto, pelo uso do acelerador, os senhores controlam a velocidade do ciclo.

    Vai dai’ a ideia do Terceiro Postulado de Kleber S. Quando se faz uma bobagem na conducao economica, o tamanho do dano e’ deterministico. Se a burrada X e’ suficiente para causar uma perda de Y bilhoes de dolares, essa perda vai ocorrer, no matter what. O que os BCs e governos do mundo todo podem fazer e’ influenciar a cinetica do processo. Acelera-lo, ou retarda-lo, nunca suprimi-lo, nem diminuir o tamanho do dano, mas apenas estende-lo no tempo.

    Cito como exemplo a crise do estouro da bolha japonesa. O BoJ fez o impossivel pra acabar com a coisa. Despejou dinheiro aos borbotoes, patrocinou atrocidades contabeis, sustentou bancos zumbis, baixou a taxa de juros a quase zero, e o escambau-a-quatro. Adiantou alguma porra? A bolsa caiu de 36 mil pontos para parcos 8.500. Os imoveis despencaram em ate’ 90 pct, dependendo da area. E ate’ hoje os efeitos perversos se fazem sentir, uma vez que o ien da liquidez excessiva foi parar em carry-trade, e agora com a crise retorna ‘a patria-mae, valorizando a moeda num momento critico para um pais de modelo exportador.
    Neste sentido, eu discordei dos amigos que criticaram o governo americano pelo passamento do Lehman Brothers. Se voces analisarem os numeros, verao que ate’ 15 de setembro as bolsas ja’ haviam despencado, o dolar se valorizado em relacao a todas as moedas do mundo – salvo o ien – as commodities estavam em queda, etc, etc. O que ocorreu apos o enterro do falecido foi que o coeficiente angular de todas as curvas acentuou a tendencia descendente. Houve portanto uma alteracao cinetica, mas o dano potencial causado pela irresponsabilidade do Greenzinho, velho safado, nao se alterou.
    Vem dai’ entao o enunciado do Terceiro Postulado:

    “O dano causado por um erro de conducao economica e’ deterministico e imutavel. So’ o que os agentes economicos podem fazer e’ influenciar a velocidade do processo “

    Ja’ imaginaram a consequencia caso este postulado esteja correto, certo cambada?

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  7. “idéia implausível de escassez do trabalho”…

    Alex, estah na hora de criar um premio Nacif de economia retardada, patrocinado pelo BNDES, eh logico!

  8. “O importante é você olhar o pib per capta nominal o PPP não serve de nada.”

    Afirmação peremptória: “o PPP não serve para nada”.

    Obviamente está errado, mas, vá lá:

    PIB per capita (nominal)
    Brasil: 7003
    China: 2498
    India: 653

    Fontes: Bloomberg (PIB) e CIA (população)

    Mas senti falta de algum comentário acerca da taxa de urbanização, Pedro, ou 84% não é o dobro de 42%?

  9. Mais o processo de urbanização Brasileiro foi mal completado.

    Brasil só teve um período de crescimento que foi durante o milagre econômico,depois disso nunca mais crescemos a taxas de 9% sustentável em grande parte culpa do FMI.

  10. “Mais o processo de urbanização Brasileiro foi mal completado.”

    Não: o processo de alfabetização é que não foi completado…

    “Brasil só teve um período de crescimento que foi durante o milagre econômico,depois disso nunca mais crescemos a taxas de 9% sustentável em grande parte culpa do FMI.”

    Não: o Brasil cresceu muito entre 1947 e 1980 (estou me limitando ao período para o qual temos dados de contas nacionais; não quer dizer que não tenhamos crescido antes de 1947). Exatamente durante nosso processo de urbanização.

    O que faltou, como se vê pelo português do Pedro, foi educação (coisa que os asiáticos fizeram e fazem, mas os quermesseiros preferem olhar para a taxa de câmbio)

  11. Mas o Pedro esta certo! Se nao fosse o FMI, estariamos crescendo a 9 por cento, por semestre!

    O problema eh que o FMI falou para o Lula pegar leve, e o Lula resolveu obedecer, afinal quem pode dizer nao para os homens vestido de preto?

  12. Brasil deveria ter adotado um tipo de desenvolvimento que se diferenciasse do americano.Mesmo o Brasil crescendo a altas taxas a concentração de renda aumentou.

    Brasil precisa mudar seu modelo de desenvolvimento
    Copiamos países como os estados unidos, país com péssimas condições de trabalho, onde as mulheres não tem licença maternidade, onde 95% das pessoas declaram odiar trabalhar e só trabalham para pagar o financiamento dos imóveis (imagina a situação agora com a enorme crise imobiliária atual, fruto de uma farra financeira sem precedentes, com leniência dos governantes e dos órgãos reguladores).

    Mas os problemas dos estados unidos na esfera social não ficam só aí: 1% da população detém 73% das riquezas, 26 milhões de pessoas só comem com a esmola do governo (quase 10% da população total), a população carcerária hoje é 1% da população total e 80 milhões de pessoas não têm acesso a nenhum sistema de saúde e as doenças infecto-contagiosas estão explodindo lá. o sistema de saúde dos estados unidos é 37º pior do mundo.

    Muitas dessas estatísticas são melhores aqui no brasil mas muito piores na china e no resto da América do sul e da África. mesmo assim, estamos falando do país mais rico do mundo! É de se admirar que tais coisas aconteçam num lugar onde acreditamos ser o sinônimo do sucesso do sistema econômico.

    a questão ambiental nem se fale, o modelo de desenvolvimento dos norte-americanos com seu consumo perdulário, desnecessário e suicida, se transportado para mais países, irá custar o fim da sobrevivência da humanidade nesse planeta.

  13. Barbaridade, senhores, o Pedro enlouqueceu! Isso deve desqualifica-lo para o Jumento de Ouro, certo? Por que o Jumento foi criado para “premiar” estupidez, nao loucura, nao e’ mesmo?

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  14. Pedro, vc não vai parar não !!! Vc está claramente errado, com dados comprovando isto.

    O FMI, os juros altos, a falta de política desenvolvimentista, urbanização truncada …

    Legal, já entendemos que você é chapeiro da padaria do lado do banco onde o alex come um mixto de madrugada. Sem problemas em ser chapeiro, mas cuida ai do seu negócio.

  15. Se você quiser eu enumero outras coisa que prejudicaram o crescimento do Brasil.

    Privatização das estatais Vale,CSN,Telebras,EeletroPaulo.

    Depois que privatizaram a Telebras a telefonia piorou,quem e mais pobre hoje não pode pagar por um serviço telefônico que custa assinatura.
    Telebras poderia oferecer subsídios aos mais pobres.

    Outro desastre de privatização foi as estradas aqui em SP,o custo para você viajar aumentou e muito com os pedágios.

  16. “Depois que privatizaram a Telebras a telefonia piorou,quem e mais pobre hoje não pode pagar por um serviço telefônico que custa assinatura. Telebras poderia oferecer subsídios aos mais pobres.”

    Fala a verdade Pedro: você é outro que vem aqui só para apanhar, não?

    A partir de agora você é inelegível para o Jumento do Ouro. Passa a ter o título remido de “Marcio Pochmann do Blog”, categoria reservada aos que possuem QI abaixo de 85, i.e., quando burrice já classifica como doença.

    Pessoal: uma salva de palmas para o Pedro, o nosso “Marcio Pochmann”, e um menino muito, muito especial…

  17. I messed-up a previous post similar to this one. OK, second and 10.

    Sinto calafrios na espinha, uma coisa aterradora, quando vejo um cara como o Patterson defendendo a aplicacao do “modelo xines” para o Brasil. Nao so’ porque o modelo e’ fabulosamente furado, como tambem a importacao de “modelos” e’ uma coisa sem fundamento logico nenhum. Sociedades diferentes tem mind set diferentes. O que funciona numa certa circunstancia nao vai necessariamente funcionar em outra. So’ que isso so’ se descobre apos a tragedia. Como os venezuelanos vao descobrir cedo ou tarde, que o bugraco do Xavez esta’ trocando riqueza nao-renovavel por votos, enquanto esculacha o resto da economia. Qual e’ o modelo que aquele cretino estaria seguindo, hein? Seria o ku-bano?

    Mas independentemente da idiotice fundamental em se copiar modelos, o que tem pouca chance de funcionar, copiar o modelo errado, com toda certeza vai dar merda.

    Por que o modelo xines e’ ruim? Alias, ruim nao, ele e’ muito pessimo. Porque ele se baseia em “competitividade”. Enquanto a mao-de-obra e’ semi-escrava, o petroleo e’ barato, e a devastacao ambiental e’ ilimitada, tudo e’ maravilhoso. So’ que isso nao e’ auto-sustentavel, ne’ galera?

    ‘A medida em que o pais se desenvolve, a mdo encarece, o preco do petroleo pode estar em retracao, mas a extincao das reservas e’ inevitavel, o que ja’ estava trazendo industrias inteiras de volta da Xina para os US. E, last but not the least, o meio-ambiente tem limites para o desaforo que ele aceita. A barbarie ambiental naquele pais JA’ e’ a coisa mais terrivel da historia moderna.

    Vejam que estorinha interessante. Moradores de aldeias ao redor de minas de ferro estao morrendo com uma taxa de cancer estarrecedora. O motivo e’ o que eu chamo de “contaminacao terciaria”. Eu explico: o minerio contamina a agua que sai da mina em direcao aos cursos dagua. Ate’ ai’ tudo bem, o minerio de ferro e’ inofensivo. Beber essa agua nao mata. Mas acontece que o minerio tem pequenas contaminacoes de chumbo e cadmio, que tambem nao tem problema nas concentracoes encontradas na agua. O “pobrema” e’ que essa agua e’ usada para irrigacao. E os referidos metais concentram na terra. Passam para os alimentos, e dai’ para os seres humanos, que estao desenvolvendo cancer em funcao dessa contaminacao.

    E ai’, cumpadres, e’ esse o “modelito” benchmark para o Brasil? Nao seria isso mais feio que o diabo comendo mariola?

    Mas tem gente que gosta. Nao e’ uma desgraca, amigos? Ignaros de quarta geracao querendo lancar o pais em outra geracao perdida. Criminosos!

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: E’ isso ai’ Alex. O Pedro e’ louco e perigoso. Nao e’ elegivel para o JdO. We should give him a jacket. A straight-jacket.

  18. nah… perigoso seria se fosse de qualquer importância. Mas gente que prefere crer que dobra-se a realidade em função da teoria sofre muito mesmo. Talvez seja bom deixá-lo longe de qualquer coisa mais perigosa do que um barbante.

  19. Outra xujestao, Tio. Voce nao conhece ai’ algum analista grafico que possa fazer um sketch do Jumento de Ouro para ter logo ‘a entrada do blog um desenho do mesmo, acompanhado de um aviso que os insignes postantes seriam elegiveis ao award?

    Tipo: “You are in a no-stupidity zone. Whatever you post may qualify you to the Golden Jackass Award”.?

    Abracao

    Kleber S.

  20. Caro Kleber,

    vc não deve ter entendido bem, então vou dizer outra vez: o modelo macroeconômico chinês, ou seja, câmbio e conta capital. Hai capito?

    A política social brasileira não é benchmark, mas é bem melhor do que a chinesa, de modo que deve ser mantida e melhorada. A política relativa ao meio ambiente também precisa melhorar muito, e não há nada que se copiar dos chineses.

    Estou falando de política macro! É difícil entender? Estrutura produtiva, drive exportador..

    Estou vendo que vcs gostam de fazer duas coisas: concordar com quem concorda com vcs, e descer o pau em que fala besteiras fenomenais. Cadê o debate de alto nível?

  21. O sistema capitalista é injusto basta vermos no futebol.O Corinthians foi rebaixado para a serie B e não ganhou a copa do Brasil por falta de dinheiro.

    O governo do estado de SP não poderia deixar um clube do porte do Corinthians falir.Poderia oferecer subsídios para o Corinthians montar um bom time,ou senão tributar clubes que estão em boa situação para dar para clube que estão com dificuldade financeiras.Um exemplo é o SP eles ganharam muito dinheiro com transferência de jogadores para fora.Esse dinheiro poderia ser revertido para ajudar clubes como o Corinthians.

  22. Alexandre,

    Deixa de maldade. O menino stá passando por uma fase. Aquela fase dos têm como professor o “Doutor” Sicsú ou o Márcio Pokemon. Com o passar do tempo, ele melhora.

  23. Petterson, eu acho que você não entendeu ainda… O seu “debate” não é de alto nível. Aliás, se enquadra perfeitamente na classificação de “besteiras fenomenais”. Só aí na Unicamp é que ninguém sabe disso.

  24. Caro Petterson, o debate de alto nivel ocorre bem na frente dos seus olhos, que infelizmente nao o percebe.

    Ce tembem parece que ta’ com um pouco de minesia, cumpadre. Em comentario ao post anterior, voce disse que a “Xina e’ benchmark, cujo modelo deveria ser copiado pelo Brasil, que a a economia xinesa e’ muito mais dinamica que a nossa”.

    Agora voce vem com a estoria no comentario acima que e’ “so’ o modelo macroeconomico xines, cambio e conta capital”. Ai’ mais abaixo voce se contradiz mais um bocadinho, quando diz que esta’ falando de “estrutura produtiva e drive exportador”.

    Mas nao e’ justamente isso que eu discutia no meu ultimo comentario? Vamos la’ amigao, eu repito, quem sabe assim fica mais claro.
    A Xina se dedica a fabricar bagulhos com mao de obra intensiva. Uma parcela consideravel desses bagulhos e’ exportada. A qualidade em geral e’ sofrivel. Em numerosos casos, tem sido mortal. Ate’ bercos de bebes andou matando recentemente. Pneus fajutos e comida contaminada tambem. Ora, perguntaria Pedro Bo’: “Entao por que a tchurma compra, meu padim?”. Compra porque os produtos xineses sao vendidos a preco de lixo.

    Qual e’ o milagre que faz com que um isqueiro feito na Xina seja mais barato do que feito no deserto de Nevada?

    1- MDO semi-escrava.
    2- Beneficios sociais inexistentes.
    3- Devastacao ambiental descontrolada.
    4- Petroleo barato, assim o transporte da bagulhada da Xina a NY nao encerece demasiadamente o produto.

    As fabricas xinesas sao de dois tipos: estrangeiras, que tem de seguir um emaranhado de red tape e legislacao, e que pagam ate’ 3 vezes mais pelo mesmo insumo suprido a um concorrente xines. Pouquissimas empresas estrangeiras na Xina estao ganhando dinheiro, sabia?
    O segundo tipo e’ de empresas xinesas que foram montadas com capital governamental, copiando escandalosamente uma das estrangeiras.

    Ha’ tambem um componente de “competitividade” inexplicavel. A diferenca de custo entre um bagulho xines e o mesmo bagulho ocidental, deveria ser basicamente a MDO. Como esse valor e’ de 10 a 20 do custo total, o bagulho xines deveria ser correspondentemente mais barato. Mas nao e’ assim que acontece nao. O pruto xines e’ em geral 30 a 40 pct do preco do ocidental. Se isso vem de subsidio direto, ou se vem do fato do empresariado em geral nao ter a menor intencao de pagar suas divida bancarias, eu ainda nao tenho elementos para julgar. Mas posso garantir que isso nao vem de tecnica de manufatura melhor.

    Enfim, amigao, a gente tem que olhar o todo, nao apenas a ponta do iceberg. Qualquer um depreende pela explanacao acima que a competitividade xinesa NAO advem de truques cambiais ou de conta de capital. Caso o yuan valorize 20 pct amanha de manha, a xinesada vai continuar dumpeando seus trequinhos fajutos como se nada tivesse acontecido. Ce acha que vai fazer alguma diferenca pro cliente do Wal Mart pagar 3.60 em vez de 3 dolares por uma camiseta? Nao, ne’ cumpadre.

    Pra terminar, eu gostaria de avisar ao amigo o funcionamento informal do blog. Aqui nao ha’ discriminacao de qualquer tipo. Sempre que algum fulano entre falando bobagem, o Tio Alex, como dono do blog, da’ a primeira porrada.
    Dependendo do assunto, o tio “O” entra. Eu fico na espera. Quando os tios ja’ deram porrada o suficiente, ai’ eu entro com o esculacho bazofionomico final. O que significa que quando o sujeito debate comigo, a situacao dele – pelo menos no assunto em questao – ja’ e’ terminal.

    Um abraco de quebrar costela, do sempre teu

    Kleber S.

  25. Não, Alex! Não faça essa crueldade com o Pedro, não! Dê ao Pedro o Jumento de Ouro, o Asno de Ouro, o Burro de Ouro e o prêmio Anta de Ouro. Tudo menos chamar o coitado de Márcio Pochmann. Quem sabe o pobre Pedro ainda tenha conserto. Se você o chamar de Márcio Pochmann, aí ele tá na casa do sem jeito.

  26. Caros amigos, alguns de voces podem se lembrar que na quinta-feira avisavamos a cambada do impending disaster que estaria pra acontecer em negocios de leveraged buy-outs. Pois bem. O FT trouxe reportagem ontem sobre as 4 maiores construtoras da Espanha (quem diria, hein, justo a Espanha), que entraram em concordata recentemente. Todas elas foram formadas por LBOs em anos recentes. Vai dai’ que quem financiou os empreendimentos esta’ para ficar um tantinho mais pobre. Interessante tambem notar que naquele pais ha’ UM MILHAO de casas desocupadas ‘a venda. Outra noticia importante e’ que se espera que as construtoras tomem um calote entre 12 e 20 pct dos imoveis ja’ vendidos. E’, a coisa sujou, cumpadres.

    Mas como “misery likes company”, outra noticia do baralho saiu neste fim de semana: o PIB americano deve cair 3.5 pct neste trimestre. Po, com certeza a bolsa amanha arrebenta, vai subir a milhao!

    Mas os sobrinhos do Tio Alex devem ficar de resguardo. A situacao esta’ caminhando inexoravelmente para uma depressao. O “orders intake” esta’ despencando em todos os setores e paises. A coisa na Suecia caminha para o abismo. Naquele pais 50 pct do PIB E’ EXPORTADO! Cinquentinha, cumpadres! Alem do que, como observado pelo tio “O”, os bancos suecos estao enroscados com os paises balticos. Passei a manha toda tentando entrar em contato com o Rei para sugerir a ele o modelo xines. Certo que o pais tem superavit em suas contas publicas. Mas a queda gigantesca ocorrida no comercio internacional pode eliminar o efeito contra-ciclico da utilizacao desse dinheiro.

    O indice de preco de transporte maritmo na regiao baltica, que atingiu seu pico historico ha’ alguns meses atras, caiu para o menor valor desde que a serie historica foi iniciada em 1985.

    Mas nao fiquem muito impressionados com essas noticias do quarto trimestre, nao. Porque no trimestre seguinte a situacao piora.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  27. “Sociedades diferentes tem mind set diferentes. O que funciona numa certa circunstancia nao vai necessariamente funcionar em outra.”

    Concordamos plenamente. Será que isto também significa que modelinhos genéricos, baseados em equações de Euler, explicam tudo e nada ao mesmo tempo?

    Você está errado em que a China é competitiva apenas em bens de consumo não durável. Se tivesse lido a sugestão que dei do Gabril Palma, saberia do que estou falando. Os chineses já tem indústria de bens de K e de bens intermediários altamente competitivas, concorrendo com a Coréia. Há na Ásia uma divisão do trabalho em que Japão, Coréia e China se especializam, grosso modo, em serviços avançados / bens de K, bens de k / intermediários e intermediários / não-duráveis, respectivamente. E essa estrutura é altamente dinâmica, no sentido de avançar rapidamente na direção de maior agregação de valor.

    Mão-de-obra desqualificada abundante é uma característica China, Índia e Brasil. Há dois destinos possíveis para esse povo: ganhar uma bicicleta e uma máquina de costura e continuar numa economia rural não monetizada, ou se inserir na economia monetizada (i.e., capitalista) de alguma maneira.

    Qual é a sua sugestão para inserir esse povo sem adotar a primeira opção? Melhor dizendo: o que vc aconselha que se faça com o povo do semi-árido, que em sua maioria continua numa situação muito parecido com economia não-monetizada? A experiência que temos no Brasil é a de explorar o povo por meio do trabalho na lavoura, em seguida por meio do trabalho na indústria, e à medida que aumenta a produtividade e a renda desse povo, se adquire poder sindical e educação, há uma migração para setores mais civilizados da estrutura produtiva. É que aconteceu no estado mais desenvolvido do país, São Paulo, na Inglaterra, na Itália, etc, etc. Se vc estudou história a partir do início do Séc. 19, sabe disso.

    Se vc acha que se deve manter o povo do semi-árido nas condições precárias em que encontra, tudo bem. A minha opinião é que, vendo a experiência de todos os lugares do mundo que se desenvolveram (exceto Austrália e Nova Zelândia, para onde se transplantaram sociedade e instituições anglo-saxãs do Séc. 19), não há outro caminho senão aproveitar as vantages dos recursos abundantes. Isso também inclui os recursos naturais, o que o Brasil tem feito bastante bem.

    A pauta exportadora brasileira depende de recursos naturais: petróleo, carne-grãos e agroindústria pouco evoluída. Temos sérias dificuldades para avançar na incorporação de valor na estrutura produtiva, como fizeram Japão, Coréia do Sul, Alemanha, etc.

    Por quê?

    Por uma questão de câmbio / juros.
    Enquanto os asiáticos, e a China é o grande exemplo, estão cada vez mais migrando da intensividade em mão-de-obra desqualificada para indústrias de maior agregação de valor, o BR fica estático. Enquanto a pauta exportadora chinesa tem mudança qualitativa radical a cada década, a brasileira fica cada vez mais para trás.

    Na sua análise há duas premissas equivocadas, ou seja:

    (1) que a estrutura produtiva chinesa é estátita;
    (2) que o seu maior dinamismo atualmente reside na exploração de mão-de-obra.

    Salut,

  28. By the way, ninguém aí tem se interessado pelo debate de o que é urbano, o que é rural neste país, certo? Porque dizer que o país e 84% urbano, sinceramente, só não é pior do que dizer que os EUA são mais de 90% urbanos. Tá faltando livros em vossas bibriotecas!

  29. “Porque dizer que o país e 84% urbano, sinceramente, só não é pior do que dizer que os EUA são mais de 90% urbanos.”

    E nao eh? Eu morei lah e ah viajei pelo pais todo. E nao tem mais do que 2% da populacao dos EUA trabalhando em agricultura. E quando eu morei lah, minha casa ficava na zona rural e eu trabalhava em uma consultoria de strucutured finance… Pela sua logica eu seria um trabalhador rural, ne? Meio complicado, nao?

  30. “Por uma questão de câmbio / juros.
    Enquanto os asiáticos, e a China é o grande exemplo, estão cada vez mais migrando da intensividade em mão-de-obra desqualificada para indústrias de maior agregação de valor, o BR fica estático. Enquanto a pauta exportadora chinesa tem mudança qualitativa radical a cada década, a brasileira fica cada vez mais para trás.”

    Não tem jeito. Quando a burrice penetra nas camadas mais produndas do cérebro, a coisa se cristaliza.

    Como eu disse, você pode até saber o que é uma equação de Euler, mas ainda não entendeu para que serve. Juro e câmbio, caro campineiro, não são variáveis de política. São variáveis endógenas, como o modelo mais simples (e, se quiser, o mais complicado) mostra.

    As tentativas de fixação da taxa de câmbio (nominal) em patamares não consistentes com a taxa de poupança da economia só resultam em inflação mais alta e taxa real de câmbio mais apreciada. Isto vale em TODO lugar.

    A China poupa 40% do PIB; o Brasil menos de 20%. Todos as histórias asiáticas de sucesso passaram, em primeiro lugar por taxas de poupança muito elevadas. Estas taxas elevadas de poupança, por sua vez, geram câmbio fraco e juro baixo (por este motivo é que o modelo é bom; não porque ele é “realista”, mas precisamente porque não é).

    Aliás, pense (imagino que pode doer a princípio, mas a sensção posterior é boa – é como depois da ginástica). Se fosse tão simples, por que todo mundo não copia o modelo asiático? É só botar a taxa de juros lá embaixo e o câmbio á em cima. Até o Nakano seria capaz de fazer um país se desebvolbver deste jeito.

    Eu imagino que você venha com uma historinha do tipo “forças políticas conservadoras” não deixam, blá, blá, blá. Balela. Se houvesse um caminho fácil para o desenvolvimento, não haveria força que se opusesse.

    Como eu já discuto aqui (http://maovisivel.blogspot.com/2008/02/o-imprio-da-falta-de-sentido.html) a quermesse quer seguir a estratégia de desenvolvimento asiático, desde que (1) se prescinda da elevada taxa de poupança; (2) não sejamos obrigados a elevar o superávit fiscal; (3) possamos manter o perfil de gasto público direcionado ao gasto corrente em oposição ao gasto de capital; (4) seja permitido manter a carga tributária nos seus níveis e complexidade atuais; (5) também não tenhamos que fazer um esforço brutal de acumulação de capital humano.

    Para este pessoal, a estratégia asiática de crescimento se resume a manter o câmbio fraco! É o “Império da Falta de Sentido”…

    Quanto à urbanização, fico esperando sua resposta: Índia e China, com PIB per capita sendo uma fração do brasileiro e urbanização metade (ou menos) da brasileira são modelos para o país? Mas não vale buscar a resposta na bibioteca da Unicamp…

  31. Petterson, eu nao preciso ler porra nenhuma de neguinho nenhum pra se saber o que se passa com a economia xinesa. Temos razoavel exposicao ao pais, e convivos com executivos que presidem empresas com filiais naquele pais. Desculpe se soou arrogante.

    E’ claro que um pais daquele tamanho tem uma industria diversificada, com bens de capital e intermediario. Mas a realidade e’ que o superavit comercial da Xina com os US no ano passado foi de cerca de 250 bilhoes de dolares, mais ou menos o mesmo tanto que foi importado pelo WAL MART.

    A industria de bens de capital esta’ se expandindo, nao tem duvida. Mas de uma maneira meio inusitada. Os tigroes multinacionais que estao se instalando la’, diferentemente do que se fez no passado, estao direcionando aquela producao para consumo exclusivamente xines. Sabe por que? Porque nao ha’ confiabilidade no quality assurance do pedaco. Ja’ pensou o liability de um guindaste caindo em NY, ou a explosao de um forno no Meio-Oeste? Ninguem quer correr esse risco nao, meu xapa.

    Sobre o Nordeste brasileiro eu tenho uma pessima noticia pra voce amigao. E me desculpem todos aqueles que se sentirem ofendidos, pois nao e’ esta a intencao, nao tenho nenhum tipo de preconceito contra quem quer ou o que quer que seja. Mas a verdade nua e crua e’ que esse pessoal ta’ frito, Petter. Sabe por que? Pela qualidade de seus empresarios. Olhe so’ o exemplo da acumulacao de riquezas da familia de um ex-presidente do senado. Ta’ mais pra regra do que excecao. E’ ilusao querer pensar que o lugar pode se viabilizar economicamente sem desenvolvimento endogeno.

    Entao o meu conselho (entristecido) e’ que voce nao se preocupe muito com aquele pessoal, nao, viu Petter. Porque nao vai adiantar porra nenhuma.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Ai’ BobFields, ta’ vendo no que deu o seu otimismo? SP e Fla tiveram uma precarizacao razoavel de suas respectivas situacoes. Ve se apronta alguma coisa pro domingo que vem, senao nao sei nao, hein, cumpadre!

    PS2: Alex, seu ultimo comentario matou a pau!

    Cheers

  32. Em meu modelo no qual trabalhamos aqui no instituto de economia da UFRJ mostra que juros aumenta a poupança no longo prazo porque gera mais investimentos.

  33. “Em meu modelo no qual trabalhamos aqui no instituto de economia da UFRJ mostra que juros aumenta a poupança no longo prazo porque gera mais investimentos.”

    Hiii Hoooohnnn

  34. Alexandre, antes de tudo, também quero te dar os parabéns pelo blog e pelo tempo que vc dedica ao debate. Não tenho notícia de outros economistas experientes que tenham essa paciência e disposição. Para mim, é muito importante trocar idéias com o grupo, porque acho que ficar fechado num mundinho, qualquer que seja, faz mal.

    Prosseguindo. Eu não sigo o papo retórico de forças políticas conservadoras, neoliberais entreguistas, consenso de Whashington, elites malvadas, etc. E tem mais gente na UNICAMP que não aceita esses argumentos. Na verdade, todas as panelinhas de economistas estão presas a algumas bobagens e mitos, e isso se deve à falta de diálogo.

    Acho que a exposição do Giambiagi sobre taxa de juros, no último livro que escreveu, é fenomenal. O fato é que a remuneração de 6% da poupança + IR + IOF representa um piso para a taxa básica de juros, e esse piso existe porque sem ele os brasileiros poupariam ainda menos. Ou seja, temos um piso de juros reais de aprox. 9%, porque a TIR geralmente subestima a inflação efetiva. A pergunta é:

    dá para mudar esse piso?

    Em tese dá, mas na prática a preferência pelo consumo presente faz com que as pessoas tendam a reduzir a taxa de poupança caso isso ocorra. Num país com déficit de poupança, como vc disse, isso é um grande problema. Atrelados à atual remuneração das aplicações financeiras estão fundos de pensão, fundos constitucionais, renda fixa, etc. No entanto, a experiência do plano real de desindexar a economia mostra que é possível mudar estruturas aparentemente endógenas, se houver muita vontade política e apoio social. No momento, ninguém tem interesse em reduzir as rendas financeiras estratosféricas. Mas é preciso discutir caminhos para sair dessa armadilha.

    Não há um trajeto fácil para o desenvolvimento, e cada sociedade tem particularidades que a fazem um caso totalmente especial. No entanto, a teoria econômica existe para identificar possibilidades de ação que maximizem os resultados em termos de bem-estar presente e futuro. E aí entra o arranjo macroeconômico.

    Se o seu argumento de que apenas a taxa de poupança dos asiáticos explica juros baixos, então o que explicaria os juros baixos de muitos outros países do mundo? Taxas de poupança tão elevadas quanto a chinesa? E o que explica o fato de que países com taxas de poupança semelhates à do BR tenham juros muito mais baixos?

    Acho que a diminuição da dívida pública deve ser perseguida, bem como a maior eficiência da máquina; devemos continuar aumentando investimento público em infra-estrutura; obviamente a reforma trbutária precisa ser feita (mas ficar batendo nesta tecla é tão ingênuo quanto ficar batendo na tecla da queda dos juros!); claramente é necessário construir uma sociedade do conhecimento.

    O que vc chama de quermesse, em geral, só vai discordar de vc no item dívida pública, pois muitos deles são o que o Gustavo Franco chama de keynesianos vulgares. Acham que a dívida deve aumentar indefinidamente porque isso gera demanda efetiva, e portanto faz crescer o produto. Se esquecem que a Teoria Geral não era geral, mas tratava de situação específica, em que a economia estava em depressão.

    O argumento que deve ser defendido é o de que estamos presos num arranjo macroeconômico nefasto, em que é muito difícil escapar de câmbio valorizado / juros altos. Quando, como agora, o câmbio desvaloriza, o BC aumenta juros devido a pressões inflacionárias.

    Na minha visão, é necessário entender que construímos, desde o PAEG, um sistema financeiro que visa a aumentar a taxa de poupança, mas, assim como a indexação, que foi criada com objetivos louváveis, caímos numa armadilha, em que toda a economia ficou refém do instrumento antes benéfico. Mais do que fazer crescer a poupança, os juros altos fazem com que não só os brasileiros, mas gente de todo o mundo injete liquidez em nosso sistema financeiro em busca de ganhos fáceis. Isso é uma distorção da verdadeira utilidade do sistema financeiro. É possível romper essa armadilha, mas precisa haver consenso nessa busca. Assim como não havia fórmula mágica para desindexar a economia, também não há para sair deste quadro. Mas é importante que se conheça, por exemplo, a argumentação do Eduardo Giannetti da Fonseca, e que se discutam temas como flexibilização do instrumento de contenção da inflação em caso de choque de oferta (como no caso de desvalorização), controle de K com vistas a diminuir as variações cambiais, entre outros.

    Em suma, trata-se de tentar promover o avanço da estrutura produtiva que se está verificando nos países de renda média com economias dinâmicas. Se quiser deixe a China de lado, e use apenas o exemplo da Coréia. Estamos fadados a ficar para trás devido à baixa tx de poupança, ou podemos nos mover com mais autonomia nesse quadro de política econômica?

    Vou responder sobre urbanização em outro post.

    Saluti,

  35. “Tá faltando livros em vossas bibriotecas!” Tá faltando você aprender conjugação verbal.

    Querido Petterson, arrogância só cai bem quando combinada com competência. Você tentando se passar por entendido sobre economia chinesa, brasileira e desenvolvimento econômico só não é mais deprimente que seu português péssimo e as palavras estrangeiras (francês, italiano, etc) que você usa.

    Por fim, sua técnica de argumentação (citar livros que ninguém leu, criticar qualidade de dados como recurso último e “fingir” imparcialidade ao tratar de teorias discordantes) só funciona em meios ignorantes. Com os “tios” Alex, Kleber S., “O” e comigo não vai funcionar.

  36. Os caras que exploram o tema urbano / rural / rurbano não são da UNICAMP, mas da USP. São o José Eli da Veiga e o Ricardo Abramovay.

    Em primeiro lugar, rural não é agrícola, mas agrícola é rural. Se eu ficar morando numa casinha dos Pré-Alpes italianos, numa vila com 330 habitantes, e gerindo meus milhões de dólares em aplicações financeiras pelas bolsas de todo o mundo, serei um cidadão rural, e não urbano. O erro está em identificar rural com atraso. Basta olhar as zonas rurais da Europa e EUA, mas também no interior paulista: não há nada de atraso.

    Agora, a definição de urbano no Brasil, usada pelo IBGE, é ridícula. Cada município determina qual é o perímetro urbano. Por exemplo, Machadinho do Oeste, que fica no interior de Rondônia e no meio da Amazônia, não tem nadica de urbano, mas a câmara dos vereadores vai preferir que quase todo o município é urbano, porque isso vai beneficiá-los nos repasses das verbas federais. Na verdade, os países desenvolvidos usam a densidade populacional para determinar o que é urbano. Com esse critério, 30% do Brasil é rural, segundo José Eli da Veiga, o maior estudioso desse assunto no BR.

    Nos EUA, 2% vivem em farms, mas, em 1996, um terço da população vivia em localidades essencialmente rurais, segundo a OCDE. Se você olhar para o relativamente rural, verá 34% da população desse mesmo país, sendo apenas 30% em essencialmente urbana. O pais mais urbano, de acordo com esses critérios, é a Holanda. Novamente, o que determina isso é a densidade populacional, e não o tipo de ocupação. Em zonas rurais da Itália há clusters de serviços altamente sofisticados.

    A China não é mais urbana porque o governo controla fortemente as migrações internas. A Índia por uma questão cultural. Nada disso, no entanto, implica necessariamente atraso, como tentei argumentar acima. E já esclareci a minha opinião sobre o que desses países deve ser observado por nossa política econômica.

  37. Po, Alex, que pergunta mal-tencionada! Voce sabe MUITO bem que naquele meio ali num tem alfafa que chegue. Cruzive eles ja’ tem ate’ o “modelito” da solucao: vao criar a Alfafobras. Sua missao social sera’ suprir a iguaria para todos os economistas quermesseiros, a custo subsidiado. Em institutos de “pesquisa”, em funcao do alto consumo de energia no local, inerente ‘a funcao de pesquisador, a racao diaria sera’ dobrada. Voce entende o por que, nao Alex? E’ que os pesquisadores quermesseiros tem que produzir uma dose de diaria de estrume fenomenal. Dai’, uma maior necessidade do insumo.

    Um abracao de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Rafael, concordo exatamente com voce.

  38. “Nada disso, no entanto, implica necessariamente atraso, como tentei argumentar acima. “

    Petterson, 40% de emprego na agricultura – como o caso da China – eh atraso, sim senhor. Na India a fracao do emprego na agricultura eh ainda mais alta que na China.

  39. Jogaram meu nome na lama. É nisso que dá ter um nome tão comum. Por que meus pais não me batizaram Uérleyson ou Josenândio?
    Aí eu não seria confundido com um doido desses.

    Xará, vc poderia assinar “Pedro Heterodoxo”? “Pedro Inimputável”? “Pedro que não sabe que na China não há previdência nem férias para os companheiros trabalhadores”? “Pedro que não pára para pensar que a ausência de previdência, aliada à política de filho único, incentiva fortemente a poupança”? “Pedro que mistura completamente o c* com as calças ao dizer que a taxa de juros baixa aumenta a poupança”?

    Enquanto isso, eu vou dar o braço a torcer, adotando um pseudônimo.

    Abs a todos,

    Uérleyson

  40. “Em primeiro lugar, rural não é agrícola, mas agrícola é rural. Se eu ficar morando numa casinha dos Pré-Alpes italianos, numa vila com 330 habitantes, e gerindo meus milhões de dólares em aplicações financeiras pelas bolsas de todo o mundo, serei um cidadão rural”

    Imagino que devem existir muitos chineses e indianos nesta condição, gerindo seus milhões de dólares pela internet.

    Este foi de matar…

  41. E’, Uerleyson, eu sei do seu drama porque tambem passei por isso. Tive que estender minha assinatura de Kleber para Kleber S. justamente por causa de um cretino xara’.

    Ao Pedro, o outro, eu sugeriria o pseudonimo de Pedro Ju.

    Abracao

    Kleber S.

  42. Meu voto para o Jumento de Ouro Awards iria para o Pedro se ele não fosse hors concours. Portanto acho que o agraciado deve ser aquele que aprendeu economia com o Brizola, o entusiasta de lei de reserva de mercado para informática.

    Quanto à discussão China X Brasil tenho a dizer que se quiséssemos crescimento maior nos últimos anos deveríamos ter realizados pelo menos as reformas trabalhista e tributária. Com essa redução do custo Brasil, poderíamos ter tido a chance de atrair as indústrias americanas com fez a China.

    Eu disse poderíamos ter tido a chance. E são exatamente as reformas que o mesmo pessoal que tentou brecar as privatizações foi contra. Viu Pedro?

    E outra, foi uma tremenda sacanagem o que você fez com o Uérleyson.

    Abs, BobFields

    PS. Sorry Kleber confiei que o pó de arroz não seria empecilho. Agora complicou, vou ver o que é possível fazer, mas não prometo nada.

  43. Serei sincero, visito aqui esporadicamente, pois este é um dos blogs sobre economia mais sonolentos que existem. O resumo de todos os posts do Alexandre é o seguinte : blá-blá-gráficos-blá-blá-excel-blá-blá-conclusão : manter juros na extratosfera. Uma recomendação : parem de analisar somente planilhas e gráficos, tenham contato com o mundo real.
    Abraço.

  44. Pessoal, uma enquete:

    – Quando escreveu o comentario acima o Roberto Campos

    1- Tinha xeirado
    2- Tinha fumado
    3- Tinha bebido
    4- Estava borrado

    Mandem seus votos no post acima

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  45. Kleber
    “O dano causado por um erro de conducao economica e’ deterministico e imutavel.”

    To pensando, mas tendo a concordar.

    “So’ o que os agentes economicos podem fazer e’ influenciar a velocidade do processo”

    Em engenharia velocidade é tudo. A diferença entre o crash e o pouso é só a velocidade.Na economia é diferente?

    Como vai o indice ZdC? E os LBOs??

    André

  46. Quando escreveu o comentario acima o Roberto Campos

    5 – Virou no Túmulo

    Além disso, o que vem a ser extratosfera? Tem alguma coisa a ver com extratos bancários?

  47. ” Roberto Campos disse…
    Serei sincero, visito aqui esporadicamente, pois este é um dos blogs sobre economia mais sonolentos que existem. O resumo de todos os posts do Alexandre é o seguinte : blá-blá-gráficos-blá-blá-excel-blá-blá-conclusão : manter juros na extratosfera. Uma recomendação : parem de analisar somente planilhas e gráficos, tenham contato com o mundo real.
    Abraço.”

    Ainda não me decidi se é masoquista, ou meramente um sádico da última flor do Lácio.

    Certamente é um cretino.

  48. Andre’, o “terceiro postulado” carece comprovacao. O que me sugeriu a coisa foi a crise japonesa. So’ que eu nao a vivenciei, era “moleque”. Na epoca eu fui varias vezes ao Japao, via a coisa cada vez mais preta, mas nao entendia em profundidade o que estava acontecendo. Talvez nem fosse possivel. Mas comecei a pensar que uma vez que o processo comeca, a partir do “pecado original”, a coisa f-deu de vez.

    Me parece que a crenca geral e’ de que a economia e’como um organismo humano: ficou doente, de remedio o quanto antes, porque senao o paciente morre. Ai’ quando ele se salva, todo mundo da tapinha nas costas do grande medico.

    Eu tenho duvidas crescentes a respeito. Em primeiro lugar, a economia e’ uma ciencia unica. Tem componentes filosoficos, matematicos, e, na minha opiniao, termodinamicos. A cinetica pode nao influir do mesmo modo como influi na mecanica, como no exemplo que voce citou, mas sim como na quimica, conforme minha intuicao. Se pensarmos economia mecanicamente, bingo, sua metafora aeronautica estaria perfeita. Se pensarmos termodinamicamente, nao. De certa forma, o pensamento geral segue o teu. Inclusive por aqui se tem a expressao “soft landing” economico, que vem precisamente de encontro ‘a metafora da aterrissagem. Eu nao estou muito satisfeito com esse raciocinio, dai’ o meu paradigma termodinamico. Certamente no fim dessa crise toda iremos descobrir.

    Postei uns comentarios no post do Alex imediatamente acima. Tudo o que eu tenho escrito aqui, numas de bazofionomics, na verdade segue o raciocinio termo. Pelos resultados, acho que tem sido um instrumento de previsao bastante razoavel.

    Como eu nao tenho nada a ganhar nem a perder, nao tenho medo de me declarar publicamente. (Claro, tenho a perder nas minhas proprias financas, pois o que eu prego, eu sigo, mas nao em termos de prestigio pessoal, visto que eu sou apenas um neguinho).
    Caso o treco acabe em depressao ou hiperinflacao, a minha teoria termodinamica estara’ comprovada. Caso contrario, lixo pra ela.

    Um grande abraco

    Kleber S.

    PS: O indice ZdC esta’ colhendo informacoes para novo realinhamento. Certamente ele e’ mais honesto que o da Moody’s, que classifica Brasil e Bulgaria com o mesmo grade. Parece piada. Sobre as LBOs, como comentei anteriormente, a coisa ja’ sujou – e muito – na Espanha. E’ apenas a ponta do iceberg, e, desgracadamente, NAO TEM REVERSAO POSSIVEL neste quarto trimestre. Quem esta’ no salao VAI dancar. So’ resta descobrir o ritmo de cada um.

  49. Alex seu Blog é muito “cansativo ” você poderia escrever outros assuntos sobre política,filosofia.

    Seu Blog só tem gráfico,falando que é para subir juros.

  50. volta e meia sai algo de música, Igor.

    E ao Roberto Campos, mais importante, antes de reclamar que há gráficos demais, leia-os. Porque a realidade em questão não é o que você vê e vive: o universo, temo, é maior do que nossos sentidos apenas podem captar e associar. O gráfico é um esboço do mundo real mais preciso, mais amplo. E o Alex não defende que o juro fique na “extratosfera”. Ele defende o que acha melhor para o país e argumenta solidamente (a não ser que apareça um cretino como você ou eu) ao invés de reclamar que tem gráfico demais e que gráfico não representa a realidade.

    abs,

    “Rodrigo Ayers”

  51. pessoAll

    leio rotneiramente o blog, não sou economista, nem estudante, acompanho porque a economia influencia muito nossas vidas, e aqui encontro a opinião de um cara muito bom que é o Alex, o Kleber S. o Bob Fields, e mais alguns.
    Eu gostaria se possível comentassem o empréstimo que a petrobrás fez, será que issó é normal? ou é sinal da má administração petralha?

    Saudações a Todos
    Paulo Araujo

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