De novo, Benedetto, o Maledetto. Coluna Mário Marinho

De novo, Benedetto, o Maledetto.

COLUNA MÁRIO MARINHO

Vencer time argentino em jogo absolutamente decisivo, é muito difícil. A tarefa torna-se verdadeira missão se esse time for o Boca; e se o Boca tiver dois gols de vantagem, a tarefa torna-se missão impossível e verdadeira façanha se for alcançada.

Na noite dessa quarta-feira, jogar em casa era o único fator favorável ao Palmeiras.

E um favorável até certo ponto, pois se as coisas não andarem bem, a aflição da torcida pode contaminar o time.

Mas parecia que ia tudo bem.

Aos 9 minutos, o Verdão vez 1 a 0.

Foi alegria de pobre, aquela que dura pouco.

O tal VAR entrou em cena e anulou o jogo: Deyverson realmente estava impedido na origem da jogada fatal.

Mas bastaram 7 minutos para que o Boca fizesse o seu gol.

Se era necessários dois penosos e improváveis gols para levar à decisão para os pênaltis, o gol do Boca acabou com a possibilidade da decisão por pênaltis e obrigou o Palmeiras a marcar quatro gols.

O Verdão voltou cheio de coragem e motivação para o segundo tempo.

Balançou sua torcida com um gol de Luan, aos 7 minutos, e levou à loucura com o gol de Gomez cobrando pênalti (sobre Dudu que realmente existiu) aos 15.

Ainda havia tempo para a virada. Dois gols em 15 minutos abriam ótimas perspectivas para a marcação de mais dois em 30 minutos.

Só que aos 22 minutos, o técnico do Boca resolveu colocar em campo o rápido atacante Benedetto, aquele que marcou os dois gols da vitória do Boca lá em Buenos Aires.

Não deu outra. Em uma de suas primeiras jogadas, Benedetto foi lá e marcou o gol de empate.

Aí, a classificação só passou a ser possível com a marcação de três gols, sem levar nenhum.

Ou seja: missão inalcançável, incrível, impraticável – impossível.

Assim, o Verdão deu fim à esperança de mais um título da Libertadores que abririam as portas para o tão sonhado Mundial.

Veja os principais lances:

Será
o Benedito?

Na língua de Dante, dos Césares e dos Papas Benedetto quer dizer aquele que é bem dito, aquele que é abençoado.
A expressão brasileira “será o Benedito”, nos leva à incredulidade, ao espanto, a algo difícil de se concretizar.

Registra o folclore político que essa expressão nasceu nas Minas Gerais, em 1933.

O Brasil era presidido por Getúlio Vargas, após o golpe de 1930.

Cabia a ele nomear os interventores nos estados da Federação.

Minas Gerais estava sem governador (na época se dizia Presidente do Estado), pois o eleito, Olegário Maciel, havia falecido em 5 de setembro. Estava também sem vice governador que renunciara ao cargo.

Era muita pressão de políticos mineiros muitos influentes na época.

Assim, de repente, começou a circular o nome de Benedito Valadares, ex-prefeito da pacata cidade de Patos de Minas, recém-eleito deputado federal.

O nome dele causou surpresa e passou a circular acompanhado da pergunta: “Será o Benedito”. E foi. Benedito Valadares governou Minas de dezembro de 1933 a 4 de novembro de 1945.

Sobre essa nomeação, o então ditador Getúlio Vargas fez duas anotações em seu Diário.

No dia 6 de dezembro:

Resumo: todos julgam que devo decidir, mas, se nomeio Capanema, renunciam os ministros da fazenda e exterior (Osvaldo Aranha e Afrânio de Melo Franco) e seus adendos; se nomeio Virgílio renuncia o Flores e desgosto a maioria da bancada mineira. ”

No dia 12 de dezembro:

Porque escolhi o sr. Benedito Valadares? Porque todos tinham candidato e queriam apenas que eu adotasse as preferências alheias. Só eu não podia ter candidato, e pensei que deveria tê-lo. Escolhi esse rapaz tranquilo e modesto, que me procurou antes, sem nunca pensar que seu nome pudesse ser apontado como interventor.

Mas, o Palmeirense quando ouve falar na entrada de Benedetto, pergunta aflito:

– Será o Benedito?

Copa
Sul-Americana

Foi dramática a classificação do Atlético PR ontem à noite, jogando em casa.

No primeiro jogo, em Salvador, o Atlético venceu o Bahia por 1 a 0.

No jogo de ontem, apanhou pelo mesmo placar: 1 a 0.

A decisão foi para os pênaltis o Atlético venceu por 4 a 1 e se classificou para enfrentar o Fluminense na semi final.

Assista:

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FOTO SOFIA MARINHO

Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
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