O desafio ao goleirão. Coluna Mário Marinho

O DESAFIO AO GOLEIRÃO

COLUNA MÁRIO MARINHO

No gol, transformou-se em Mito – grande goleiro, grande artilheiro.

Foi assim que Rogério Ceni pendurou as chuteiras e transformou-se, precocemente, em técnico do São Paulo, time pelo qual disputou mais de mil partidas e marcou mais de cem gols.

A torcida que aplaudiu sua chegada foi a mesma que exigiu sua saída. Cravou assim a máxima do esporte bretão: o futebol dá com uma mão e tira com duas.

Os sonoros aplausos da chegada são as vaias e os cruéis gritos de “Burro!” na saída.

Rogério Ceni aprendeu a lição e foi ganhar experiência num time com mais tranquilidade e menos holofotes: o Fortaleza.

Foi campeão estadual, campeão da Copa do Nordeste e campeão Brasileiro da série B.

Agora, troca a tranquilidade das belas praias cearenses pelas águas da Pampulha que andam agitadas pelos lados da Toca da Raposa.

A chegada de Rogério Ceni divide e agita o torcedor mineiro.

No concorrido churrasco que ontem celebrou os 80 anos do atleticano Ismar Eterovik, que vem a ser o meu cunhado, as opiniões foram desencontradas.

Atleticanos, com seus motivos, acham uma tremenda fria e garantem que o outrora ídolo do São Paulo não vai dar certo.

Motivos os atleticanos têm: primeiro, porque se trata do inimigo mortal; segundo, porque há três meses o mesmo Rogério Ceni recusou convite para dirigir o Galo.

Os cruzeirenses ficam com um pé atrás: será que Rogério Ceni tem bagagem suficiente para enfrentar a convulsão que vive o Cruzeiro?

Nós, torcedores do América, assistimos de camarote, em paz.

Até pouco tempo, o Cruzeiro era conhecido por modelo de organização dentro e fora de campo.

Lá no anos 80, seu centro de treinamentos, a Toca da Raposa, serviu de base para o trabalho de Telê Santana com aquele maravilhosa seleção da Copa de 1982.

Há décadas o Cruzeiro é conhecido como modelo de time, modelo de administração.

Porém, recentemente, um verdadeiro tsunami vem abalando o time.

São denúncias e mais denúncias de corrupção envolvendo a administração do Clube.

Dirigentes que definem ricos salários para si; que recebem bicho por vitórias! E pasmem, não se trata de um bicho qualquer: ganham o dobro de jogadores que suam a camisa.

Enquanto isso, salários estão atrasados e a dívida do clube bate a casa dos R$ 500 milhões.

O que acontece fora, reflete dentro de campo, como bem filosofou o técnico Mano Menezes ao deixar o cargo na semana passada:

– O futebol é muito mais complexo do que as coisas que acontecem dentro de campo.

E o que se vê dentro de campo é u time sem personalidade, com incríveis erros de passes que mostram a insegurança de seus jogadores e 11 jogos sem conhecer a tal de vitória.

Rogério Ceni pega um time que está na escorregadia Zona de Rebaixamento.

Sim, eu sei que muita bola ainda vai rolar nos gramados brasileiros. Estamos apenas na 14ª de 38 rodadas. Há muito ponto para se ganhar – e também muito ponto para se perder.

Sem
Modificações

A 14ª rodada do Brasileirão não trouxe modificações importantes na classificação do Brasileirão.

O Santos continua líder apesar da derrota para o São Paulo no sábado. E o destaque do jogo foi o artilheiro Pato com dois gols na virada por 3 a 2.

O Palmeiras continua vice-líder graças ao talentoso Dudu e apesar do violento Felipe Melo.

O volante palmeirense continua entrando nas bolas divididas como se estivesse num octógono do MMA.

Suas entradas, de um modo geral, são criminosas.

É uma pena, pois ele é um bom jogador.

Veja os gols do Fantástico.

https://youtu.be/MTosf15uMQE

Pobre
Coelho

No Brasileirão da Série B o meu América continua a marcha triste e dura em sua luta contra mais um rebaixamento.

Com a vitória sobre o Londrina, 4 a 3, deixou a lanterna, mas anda continua preso na lamacenta Zona do Rebaixamento.

Nessa situação difícil, o time precisa do apoio incondicional da torcida. Porém, apenas 1.281 torcedores ou testemunhas estiveram presentes no Independência.

Assim, é difícil.

E fica a dúvida: a torcida não comparece porque o time está mal ou o time está mal porque o torcedor não comparece?

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FOTO SOFIA MARINHO

Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
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