Dilmo

O herdeiro de Dilma é o Dilmo. Coluna Carlos Brickmann

EDIÇÃO DOS JORNAIS DE DOMINGO, 17 DE OUTUBRO DE 2021

Dilmo

Bolsonaro quer indicar um ministro para o Tribunal de Contas da União e pressiona o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, para que se aposente. A oferta, segundo se comenta, é trocar o lugar de ministro do TCU pela Embaixada em Portugal. Há dois candidatos à futura vaga: Fernando Bezerra Coelho, MDB, líder do Governo no Senado; e senadora Kátia Abreu, PP. Os dois foram ministros de Dilma Rousseff, do PT: Kátia Abreu, da Agricultura, e Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional.

O presidente gostaria de ver seu ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, candidatar-se ao Governo de São Paulo. Tarcísio foi diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, DNIT, e depois secretário da Coordenação de Projetos da Secretaria Especial do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) de Dilma Rousseff. Enfim, as coisas estão esclarecidas: Bolsonaro é o herdeiro político de Dilma.

Tarcísio até procurou o ex-presidente Michel Temer para aconselhar-se sobre a candidatura ao Governo paulista. E recebeu o primeiro conselho: mudar seu título de eleitor para São Paulo. Os paulistas já elegeram para o Governo um mato-grossense, Jânio Quadros, e um baiano, João Doria; mas ambos morando e votando em São Paulo. A Capital já elegeu um prefeito carioca, Celso Pitta, e um militar da reserva, o brigadeiro Faria Lima. Tarcísio, militar da reserva e carioca, só precisa descobrir onde é Guarulhos.

Sob a mesma direção

Como secretário da PPI de Dilma Rousseff, Tarcísio Gomes de Freitas foi um dos responsáveis pelas privatizações, concessões e desestatizações. E, já na época, era da linha que seria seguida pelo presidente Bolsonaro e por seu Imposto Ipiranga, Paulo Guedes: não privatizou nem desestatizou.

Ele sabia, muito antes dos outros, que uma fruta não cai longe da árvore onde nasceu.

Democrata linha cubana

Fernando Haddad, o candidato-poste de Lula nas últimas eleições, admitiu a um grupo de 20 empresários que houve corrupção na Petrobras no governo do PT, mas os corruptos eram diretores da empresa, Lula não sabia de nada. Com Lula, disse, a economia ia bem; quem teve maus resultados não foi Lula, mas Dilma. O PT não é um partido de esquerda, mas de centro-esquerda.

Talvez por isso os governos do PT tenham negado a extradição de Césare Battisti, que fazia parte de um grupo terrorista comunista, assassino confesso, condenado pela Justiça italiana; e deportado depressa dois atletas cubanos que pediam asilo ao Brasil.

É a ala cubana da centro-esquerda.

Censura democrática

Em entrevista à repórter Bela Megale, de O Globo, Fernando Haddad disse que “é ridículo associar Lula a qualquer gesto extremista”. Digamos que o “controle social da mídia”, também conhecido como censura à imprensa, que vem sendo defendida por Lula desde seu Governo, seja então uma medida democrática.

E não é extremista: definitivamente não se inclui no extremo centro do arco democrático.

Boa, Bolsonaro!

Declaração do presidente Bolsonaro, em live: “Se eu for novamente infectado (pela Covid-19) vou tomar hidroxicloroquina e ivermectina, ponto final. É minha vida que está em jogo”. Se o médico que o atender não receitar hidroxicloroquina e ivermectina, procurará outro.

Este colunista está solidário com o presidente e recomenda: vá em frente.

Lava Jato de elite

O procurador federal Diogo Castor de Mattos, que foi integrante da Lava Jato, pediu inscrição como sócio do Iate Clube de Caiobá, dos mais luxuosos do Litoral do Paraná, com uma esplêndida marina repleta de iates. Ali é um bom lugar para descansar das preocupações com um processo contra ele que tramita no Conselho Nacional do Ministério Público no qual, se considerado culpado, pode sofrer a pena de demissão do cargo. É acusado de financiar um painel com elogios à Lava Jato em frente ao aeroporto internacional de Curitiba. O processo já está com dois votos contra o procurador Castor de Mattos, mas foi paralisado há duas semanas por um pedido de vistas.

Faça o que eu digo

O Governo Federal aumenta o preço da eletricidade e pede à população “o uso consciente” de luz e força, tudo para reduzir o consumo numa época em que as represas, apesar das últimas chuvas, continuam baixas após dois anos de estiagem.

Ao mesmo tempo, elevou-se o gasto de energia elétrica nos prédios que fazem parte da Presidência da República: o aumento foi de 5,2% entre junho e agosto de 2021, comparados com junho e agosto de 2020.

Alô, investidores

Dica quente, oficial, para quem pude investir: a taxa de juros Selic subirá um ponto percentual por reunião do Banco Central. A informação é do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk.

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