prefácios

Para que servem os prefácios? Por Meraldo Zisman

Do Livro Medicina e Literatura ed. Pardoxum(Amazon)-2021

Para o leitor, pode parecer, o que digo, não passar de escrevinhações do tipo como diz o escritor alagoano Graciliano Ramos em livro de sua autoria – Linhas Tortas:

 “A frase é relés, clichê perfeito, chavão repetido mil vezes em versinhos alambicados de poetas de meia-tigela”.

Mas, com todo o respeito e admiração pelo exemplo de vida e da obra literária do autor de Vidas Secas, não vou me importar se for tachado de produtor de clicherias literárias… Que importa isso! Reaprendo com a juventude, a cada momento e a sublime lição de nunca perder a esperança no gênero humano. Sou, um encantado com a força renovadora das novas gerações. Relendo o nosso João Guimarães Rosa no seu colossal — Grandes Sertões e Veredas quando diz:

 “Ser escritor é “ser” um difusor de ideias, semeador de transformações e nem os pássaros, os répteis, as borboletas, as abelhas, os beija-flores e tantos outros bichos deixam de sê-lo”, e eu arremato:

— O bicho, gente, também, mestre João; mesmo quando não perfila na galeria dos escritores ilustres, por isso, perde a capacidade de deitar uma boa semente para dela florir. Rosas.

O médico quando escreve um livro, costuma pedir prefácios a escritores consagrados, ou então pessoas de sua amizade, de preferências escritores consagrados que sejam seus clientes. Faço minha, as palavras da escritora Rachel de Queiroz:

“Não acredito em prefácios e não gosto de prefácios. Se o livro é ruim o prefácio não adianta e se o livro é bom o prefácio é uma excrescência”.

 Como não pretendo gastar meu tempo como aprendiz e sim por no papel as minhas experiências de algo que em mim, despertou em fase madura da vida, endosso as palavras do meu antigo colega do médico Hipócrates:

 “A vida é curta, a arte é longa”, vamos, pois, a trabalho.  Para algo essas escritas haverão de possuir serventia. Assim penso.

— O resto?

— É… Pura ficção ou fantasia.
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Meraldo Zisman Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.

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