NAO SÃO FATOS ISOLADOS

Não são fatos isolados. Blog Mário Marinho

NAO SÃO FATOS ISOLADOS

Em Madri um dos melhores jogadores do mundo (em breve será o melhor) é hostilizado toda vez que entra em campo. Há contra Vini Jr. odiosa campanha racista que vai tornando desagradável o prazer que sempre foi assistir jogo dos espanhóis.

Anda na Espanha, o lateral-direito Daniel Alves perdeu nesses dias mais um recurso impetrado por seus advogados, no sentindo que ele possa acompanhar a fase de inquérito em liberdade. Vai ficar na cadeia.

Em São Paulo, o Corinthians acaba se punido com um jogo sem torcida, no Brasileirão, em função do coro homofóbico com que a torcida corintiana brindou o time do São Paulo no último encontro que tiveram.

Ainda aqui no Brasil, novas gravações incriminam ainda mais o atacante Robinho acusado – e condenado – por estupro coletivo lá na Itália. A Justiça italiana, na impossibilidade de vê-lo extraditado, pede que ele cumpra a pena de nove anos aqui no Brasil.

Como disse lá no título, não são fatos isolados.

Há muito tempo o torcedor de futebol vem recebendo regalias e mais regalias.

As torcidas ditas organizadas se organizam para verdadeiros duelos com outros torcedores, quando não armam letais armadilhas contra os adversários.

Essas barbaridades entre torcedores, aqui no Brasil dão em nada. Mesmo quando há vítima.

Parece que estamos vivendo um mundo distópico arruaceiro, bagunçado onde a ordem e a razão já não encontram espaço.

Em Madri, são tomadas as primeiras providências para tornar o futebol, outra vez, apenas um esporte, entretenimento – não guerra, morte.

Queira Deus que sejam realmente providências sérias à altura do sempre eficiente e bonito futebol espanhol.

O lateral direito Daniel Alves levou uma moça para o banheiro de uma boate e a estuprou. As investigações desenvolvidas pela polícia espanhola não deixam dúvidas.

Tanto assim, que, parece, os defensores do Daniel Alves andam lutando não para provar sua inocência, mas pela possibilidade de ele acompanhar o inquérito em liberdade.

Nem isso eles estão conduzindo porque a Justiça teme uma fuga do País.

Em São Paulo, o Corinthians foi penalizado com um jogo sem torcida por atitudes e cantos homofóbicos.

Essa punição é uma novidade em se tratando de Brasil.

Para o Corinthians é uma dura pena já que seus jogos, na Arena NeoQuimica, são sempre com total lotação.

É uma pancada. Mas será o bastante?

Times que não queiram ser punidos como o Corinthians, terão que desenvolver campanhas contra homofobia e racismo. Talvez os torcedores entendam o prejuízo que estão dando para seu amado clube.

O caso Robinho foi esquentado essa semana com a divulgação de um novo vídeo, onde, entre gargalhadas, Robinho desdenha do caso, diz que “vai dar em nada”, “ela estava completamente bêbada”, mas, afirma “eu comi a mina”, “tô nem aí” e outras frases.

Robinho foi julgado e condenado a nove anos e alguns meses de prisão.

A Itália chegou a levantar a hipóteses de pedir a extradição, mas, depois recuou ao saber que o Brasil, por sua Constituição, não extradita cidadãos brasileiros.

Agora a luta italiana é pelo cumprimento de pena aqui no Brasil.

Não é uma questão simples.

Segundo o respeitado jurista Walter Maierovitch essa situação é nova no Brasil.

Como não há nenhum parâmetro certamente vai acabar no STF.

Se o Brasil decidir acatar a decisão do tribunal italiano e exigir que Robinho fique preso, certamente algum profissional das leis vai alegar inconstitucionalidade, sob o argumento que o País estará se curvando à uma lei estrangeira, o que pode configurar quebra de hegemonia nacional, invasão da soberania brasileira.

Os doutores juízes certamente encontrarão uma saída.

O que não pode é dar em nada, o que caracterizaria o crime perfeito.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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