assassino

Assassino brasileiro. Por Silvia Zaclis

Assassino… Ou seja, na verdade ele é um facínora, fugitivo, condenado, bandido, criminoso, malfeitor, patife… e nasceu no Brasil como poderia ter nascido em qualquer outro lugar…

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Vira e mexe eu me lembro de algumas lições do professor Emir Nogueira nos meus tempos da Cásper Líbero.

Com vasta experiência na grande imprensa, ele apontava as muitas armadilhas que os jornalistas  enfrentam no dia a dia das redações. Questões que não perdem a atualidade por mais sensacionais que sejam os progressos tecnológicos da comunicação.

Ouvi agora há pouco no rádio a notícia da captura daquele assassino condenado à prisão perpétua que fugiu de uma cadeia americana.

Nas duas semanas em que ele esteve foragido nossa mídia deu atenção especial a cada novidade do caso – só pode ser porque, como brasileiros, teríamos mais interesse pelos detalhes do drama.

Tanto é que, no noticiário, a repórter contou a história identificando o fugitivo diversas vezes como “o brasileiro”.

Diria meu caro professor: cuidado com as definições… Nesse caso, o sujeito condenado fugiu e foi recapturado. Faz alguma diferença o fato de ele ser brasileiro? Será que se esperava uma torcida organizada – “veja como um brasileiro enganou a polícia americana”?

Alguma das ações – o crime, a pena perpétua, a fuga e a captura- tem ligação com o fato de ele ser brasileiro?

Não, não tem.

Ou seja, na verdade ele é um facínora, fugitivo, condenado, bandido, criminoso, malfeitor, patife… e nasceu no Brasil como poderia ter nascido em qualquer outro lugar.

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SILVIA ZACLISÉ JORNALISTA

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