Boulos e as polêmicas em relação ao apoio ao Hamas. Por Meraldo Zisman

“Enquanto explorava os territórios palestinos nas proximidades do Rio Jordão, deparei-me com uma mensagem profundamente significativa nas ruínas de uma casa: ‘EXISTIR É RESISTIR’ ”. Essa poderosa frase, proferida por Guilherme Boulos, deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo, ressoa como um lembrete de que a mera presença naquela região já é, por si só, uma forma intrépida de resistência. Essas palavras ecoam as ideias apresentadas em seu livro ‘SEM MEDO DO FUTURO”, publicado em 2022 pela editora Contracorrente, onde ele explora esses temas inspiradores (página 105).

Vale salientar que embora Sigmund Freud não tenha estabelecido uma conexão direta entre a pulsão de morte e a guerra em seus escritos, suas ideias sobre agressão, destrutividade e psicologia de grupo contribuíram significativamente para a compreensão das origens psicológicas dos conflitos e guerras.

A relação entre a pulsão de morte e a guerra é um tema complexo e multifacetado, explorado e debatido ao longo dos anos por vários estudiosos da psicanálise e da psicologia. Freud não compartilhava da crença de que a agressividade humana é intrínseca à natureza humana. Ele acreditava que a agressão é uma parte inerente do ser humano, mas também é moldada e influenciada por fatores psicológicos e sociais. Suas teorias sobre a agressão e a pulsão de morte ajudaram a lançar luz sobre os impulsos destrutivos presentes na psique humana, que podem desempenhar um papel na origem dos conflitos e guerras.

Ressalto agora ser o Hamas considerada uma organização terrorista por vários países, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia, Israel e outros. Portanto, a classificação do Hamas como organização terrorista é muito bem reconhecida internacionalmente. Suas atividades incluem ataques armados, lançamento de foguetes e atos de violência direcionados contra alvos civis e militares, além de estupros e infanticídios.

No entanto, é importante observar que a classificação de um grupo como terrorista pode variar conforme o país e a perspectiva política. No momento, temos várias guerras acontecendo, ao mesmo tempo. Reforçando o ponto, o Hamas é considerado uma organização terrorista por diversos países, o que torna  o apoio a ele controverso, a não ser que oferecido por outra organização terrorista. O ex-secretário de Saúde de São Paulo Jean Gorinchteyn, de origem judaica, saiu da coordenação da área de saúde do programa da candidatura do Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. A decisão foi motivada pela posição pró-Palestina de Boulos, em face aos ataques do Hamas contra Israel.

Por tratar de assunto difícil e controverso, a conclusão deste artigo cabe ao leitor e não a este escrevinhador.

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Meraldo Zisman Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.

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