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1ª Foto - Militar instalando redutor de vazão em torneira do 12° GAC
Indústria e Exército, o trabalho para gastar menos água
Coluna de Jarbas de Barros
Enfrentamos, no Centro-Sul, uma das maiores secas da história. E como desgraça pouca é bobagem, a recessão impôs um corte da ordem de R$ 20 bilhões no orçamento das Forças Armadas.
Enquanto a solução definitiva não cai do céu, e as políticas públicas para a gestão dos recursos hídricos caminham a passo de tartaruga, a maior parte da solução imediata fica nas mãos de quem paga a conta. A ação foi consequência direta do quase colapso do Sistema Cantareira, que antes do agravamento da estiagem chegou a abastecer cerca da metade da população da região metropolitana de São Paulo (o pico foi de 9 milhões de pessoas), e também municípios adjacentes como Jundiaí, onde também está a sede do 12º Grupo de Artilharia de Campanha.
“Todo o trabalho começou com uma proposta de parceria entre o 12º Grupamento de Artilharia de Campanha e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, em Jundiaí”. Foi marcada uma reunião entre o comandante da organização militar, o tenente-coronel Mendes, e um dos diretores do CIESP, na própria sede do 12º GAC. Também acompanhou o encontro o especialista em gerenciamento de recursos hídricos e coordenador de meio-ambiente da FIESP”, relata Roberto Mario Polga, coordenador do CIESP de Jundiaí.
Acertados os detalhes iniciais, foi realizada uma palestra para todo o efetivo do quartel, cujo objetivo era sensibilizar a tropa para a necessidade de preparar um fluxograma de distribuição da água na organização militar, visando elaborar um plano de contingência para enfrentar eventual racionamento de água em Jundiaí.
![Redutor de vazão de água](http://www.chumbogordo.com.br/wp-content/uploads/2016/02/54575d3e48ee7c2e4e11e4229229848d-2-300x188.jpg)
Primeiro, foi feito um diagnóstico sobre a eficiência do uso da água na OM, identificando todos os pontos de distribuição, visitando instalações, banheiros, cozinha, para constatar como a água era utilizada diariamente, além de levantar os hábitos de consumo dos militares. Para tanto, foi criada uma força-tarefa constituída pelo efetivo de manutenção, liderada pelo comandante da OM e o especialista técnico.
O elemento-chave do projeto é o Redutor de Vazão. Trata-se de uma simples peça circular de plástico, criada pelos alunos do SENAI-SP, de 1/2 polegada de diâmetro, com um orifício concêntrico. Segundo as instruções de instalação, esse dispositivo pode reduzir o consumo de água em até 50% quando instalado em torneiras, sem comprometer a eficiência do abastecimento. Foram entregues cerca de 5.000 dessas peças ao 12º GAC, para as torneiras da OM e na vila onde residem os 600 militares da corporação. Em caráter complementar, foram ensinadas as técnicas e explicados certos procedimentos que reduzem o uso da água ao mínimo necessário para realizar as tarefas domésticas do dia-a-dia, sem comprometimento da rotina de trabalho.
A instalação de redutores nas linhas de água não se limitou à sua colocação nas torneiras. Foi necessária uma análise técnica de todo sistema de adução, caixas d`água e avaliação da pressão hidrostática na rede, para que não ocorressem vazamentos ocasionados pelo aumento de pressão.
Fazendo uma analogia muito do agrado do coordenador Polga, é como ocorre no corpo humano: o sangue flui através de uma artéria com uma pressão de 2 atmosferas, mais ou menos. Se ali aparece um obstáculo, como um coágulo, a pressão do sangue naquele ponto aumenta, ocasionando seu rompimento e um derrame. Em termos hidráulicos, acontece a mesma coisa: se diminuirmos o diâmetro do cano na saída, a pressão da água aumenta, podendo ocasionar um rompimento e, como consequência, um vazamento.
![Vazamento das tubulações](http://www.chumbogordo.com.br/wp-content/uploads/2016/02/imagem003-300x225.png)