Hesitação autônoma

Na semana passada o BC
divulgou seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e, com ele, suas
previsões para a inflação até o primeiro trimestre de 2015. Como os 18 leitores
já suspeitavam, o BC teve que rever significativamente para cima suas
projeções, de valores pouco acima da meta em 2013 e 2014 para algo ao redor de
5,5% até março de 2015. Ainda são previsões otimistas, mas mostram, ao menos
parcialmente, a extensão do problema.
Em meados do ano
passado, quando os primeiros sinais de aceleração da inflação começaram a
surgir, a equipe econômica, BC inclusive, culpava um mal definido “choque de
oferta” relacionado à seca no EUA (que, maldosamente, só afetou o Brasil,
poupando nossos vizinhos mais bem-comportados). Seria, portanto, um fenômeno de
curta duração, pois os preços cairiam assim que a oferta internacional se
normalizasse, dissipando os efeitos inflacionários.
O próprio RTI demole
este argumento, já que previsão de inflação esperada acima da meta por período
tão longo revela não mais se tratar de problema temporário e localizado. Ao
contrário, é consistente com um padrão observado há algum tempo nos índices de
inflação: a proporção de itens que registram aumentos de preços no IPCA (o
chamado índice de difusão) tem batido
seguidos recordes, atingindo os valores mais elevados dos últimos 10 anos, indicando
propagação das pressões inflacionárias.
Não é por acaso,
então, que até o BC, depois de negar o quanto pôde a gravidade do problema,
começou, com atraso, a mudar de postura. Seja por meio dos discursos de seus
dirigentes, seja em sua comunicação oficial, o banco passou a dar ênfase
precisamente à persistência da inflação, assim como a seu caráter disseminado.
Ao mesmo tempo removeu as referências à estabilidade da taxa de juros “por um
período de tempo suficientemente prolongado” e, finalmente, ao reconhecer a
piora nas perspectivas de inflação para os próximos 24 meses, preparou o
terreno para iniciar a elevação da taxa de juros.
Ou não.
Depois de elencar os
argumentos que justificariam um endurecimento da política monetária, inclusive
reconhecendo a possibilidade de “uma eventual acomodação da inflação em patamar
mais elevado”, o BC evita a conclusão lógica, e “pondera que incertezas
remanescentes (…) cercam o cenário prospectivo e recomendam que a política
monetária deva ser conduzida com cautela”. Em outras palavras, o cenário
inflacionário piorou consideravelmente, mas o BC ainda não foi capaz de decidir
se vai fazer algo a respeito.
Não estivesse esta
expressão presente já na Ata do Copom, divulgada duas semanas
antes
da presidente se manifestar contrária à elevação da taxa de juros, caberia até perguntar
se a hesitação resulta de restrições de ordem política. Aparentemente, porém, o
BC hesita sozinho.
Isto dito, embora o
Copom mostre autonomia de hesitação, a atitude da presidente em nada colabora. Caso
o BC conclua pela manutenção do nível atual da Selic nos próximos meses, será
difícil para observadores externos distinguirem entre duas possibilidades: uma
decisão autêntica (apesar de, a meu ver, errônea), ou uma intervenção direta do
mundo político num corpo que deveria ser predominantemente técnico, eliminando
qualquer ilusão remanescente sobre a autonomia decisória do BC.
Talvez esteja aqui a
dificuldade maior de entendimento da presidente. Ninguém interpretou sua fala (contra
“políticas de combate à inflação que olhem
[sic] a redução do crescimento econômico”) como sinal de descaso com a inflação
(ainda que seja exatamente esta a conclusão inescapável do seu discurso), mas
sim como um obstáculo à ação do BC, a quem foi dada a tarefa de proteger a
estabilidade do poder de compra da moeda.
Pior do que a
presidente não entender a dinâmica da inflação, é sua desconsideração pelo
arranjo institucional para lidar com o problema. Ainda iremos lamentar bastante
as consequências.
Non obediunt, dubitavit.
Dubitasti?
(Publicado 3/Abr/2013)

56 thoughts on “Hesitação autônoma

  1. "Ainda iremos lamentar bastante as consequências."

    Ou, numa sorte lascada, nao necessariamente.

    Vai que china, japao, europa e EEUU entrem numa fase negra (afro-descendente) da economia e a inflacao seja controlada atraves da desgraca. Algo que ja acontece na europa e ate nos eeuu hoje.

  2. Não vejo hesitação, vejo cálculo na tentativa de manter o consumo aquecido e as taxas de desemprego das regiões metropolitanas baixas. Isso não se sustenta em razão dos gargalos na infra-estrutura, da carga tributária e da falta de investimentos. Perguntas que não querem calar: até quando o déficit em conta corrente será financiável? Até quando o sistema financeiro continuará relativamente sólido?

  3. Será que nós brasileiros somos tão amaldiçoados assim, para merecer uma dupla tão lazarenta como a formada por Dilma e Mantega? Deus nos proteja …

  4. Mas nesse caso o PIB iria despencar. Não consigo nos imaginar sortudos na presença desse cenário.
    Sorte mesmo seria a Dilma colocar o Marcos Lisboa na fazenda e convidar a diretoria do BC de 2003 de volta.

  5. Vai ser engraçado quando começarem a aumentar os juros

    Acho que vão de 0.25% em 0.25% até chegar em 9% de selic e 8% de inflação rsrsrs

    Se não fizerem um pulo de SELIC agora, vão ter que fazer em ano de eleição, ou vão ter que engolir dois anos de estouro da meta.

    Alex, março o IPCA ja estoura 6,5% ….

    Eles veem inflação como o voo de uma galinha, tá alto agora mas jaja cai

    Eu vejo mais como um balão, e talvez nem uma selic de 9% vá freia-lo nos patamares atuais de inflaçao

  6. "Pior do que a presidente não entender a dinâmica da inflação, é sua desconsideração pelo arranjo institucional para lidar com o problema." esse governo tem tido uma postura muito autoritária e voluntarista, com pouca consideração (parecendo até hostilidade) às preocupações ou ao mandato institucional dos órgãos de Estado (aqueles que ficam, depois que os políticos vão), o que só piora o grande problema da administraçaõ pública de atuar na maioria das vezes de forma top-down (alguém de cima manda, alguém de baixo vê depois se dá para fazer) do que bottom-up (processos bem estabelecidos geram projetos bem definidos que são acolhidos e promovidos por quem tem influênica política para tanto).

  7. "Sorte mesmo seria a Dilma colocar o Marcos Lisboa na fazenda "

    não gosto de apostar, mas me sinto à vontade para apostar que só tiram o mantega da fazenda depois que ele ficar mais tempo que o malan como ministro. já podem começar a contagem, mas antes disso, duvido muito.

  8. Alex,

    Reflexões de um ignorante:

    A inércia inflacionária é examinada matematicamente? Existe alguma relação entre os índices de difusão e a inércia inflacionária?

    Abraços

  9. Alex o que você acha sobre o papo de bolha imobiliária que o Saschida tem divulgado com um certo espirito missionário? Acho que o "O" flerta com a idéia, embroa não esteja certo de que ele creia em bolha propriamente. Mas e você?

  10. Baita azar, toda vez que o Banco Central se esforça na comunicação vem uma declaração do governo e joga contra.

    Mas convenhamos, pelo que entendi a presidenta disse que o governo não irá sacrificar o crescimento em nome da inflação. Mas o que mais ela poderia dizer? Relacionar combate a inflação com desemprego é algo que nenhum político vai aceitar publicamente. Nem o Aécio diria isso! Por mais que se entenda que há um trade off entre inflação e emprego, seria um absurdo completo que a Dilma dissesse isso no momento.

    O problema é que o mercado anda dando chilique por qualquer coisa, mas isso é outra discussão…

  11. Enquanto isso o S&P e Dow Jones no high historico (nominal) e Bovespa nas mininas do ano, so ganhando da bolsa da Grecia.
    Mas claro que isso e' culpa do especuladores, nao tem nada a ver com a economia real.

  12. "A inércia inflacionária é examinada matematicamente? Existe alguma relação entre os índices de difusão e a inércia inflacionária?"

    Sim, embora você tenha que ser mais preciso sobre o que quer dizer. Um exemplo, aqui mesmo no blog, está em http://maovisivel.blogspot.com.br/2009/04/ainda-o-fardo-do-economista-neoclassico.html

    Estritamente falando, pelo menos nos termos do modelo mencionado acima, não há como falar em índice de difusão (só há um bem – a difusão é sempre 100%).

    Na prática, índices de difusão mais altos estão geralmente associados a taxas de inflação mais elevadas, que tendem a ocorrer quando há inércia. Mas não há como definir uma relação de causa e efeito neste caso.

  13. "(…) cercam o cenário prospectivo e recomendam que a política monetária deva ser conduzida com cautela"

    Vamos a sua santidade, o dado;

    RTI-03/10 5,2% IPCA-5,9%
    RTI-03/11 5,6% IPCA-6,5%!
    RTI-03/12 4,4% IPCA-5,8%
    RTI-03/13 5,7% IPCA-?

    Lembrando que a meta é 4,5%, ou seja, o piloto do BC acha que é um Schumacher mas, na verdade, não passa de um pombinho "hoje não…hoje sim"

  14. Não há hesitação. O BC contratou um astrólogo que garantiu que a inflação cai assim que o capacitor de fluxo for alinhado com a quinta lua de Júpiter.

  15. Em seu ultimo post, você expõe que a dinâmica do choque inflacionário está relacionada a baixa produtividade da industria/aumento de salários e nivel de emprego, o que me convenceu. Minha duvida é, o aumento da Selic seria a solução para esses problemas?
    Se possível ver artigo do Delfum Neto no Valor: "Em busca da divina taxa neutra".
    Abs

  16. "Alex, qual o livro de monetária para graduação voce recomenda? Abraço"

    Não saberia dizer. Talvez o do Walsh, considerando que o pessoal da graduação sabe mais matemática e econometria do que na minha época.

  17. "o aumento da Selic seria a solução para esses problemas?"

    Claro! Para a turma aqui o aumento da Selic é solução de todos os problemas.

  18. "Para a turma aqui o aumento da Selic é solução de todos os problemas."

    Cura até unha encravada; só não cura burrice. Então tente algo distinto, como pedir para nascer de novo e ver se tem mais sorte.

  19. O que me incomoda em questão de política/economia é que a discussão vira futebol, um se defendendo de cada lado. Minha pergunta sobre "se resolveria esses problemas?" foi esperando um resposta mais técnica.
    abs

  20. "Careca Corinthian"o,e a recente queda da produção industrial? Não significa que a economia ainda se encontra abaixo do potencial?

  21. "a recente queda da produção industrial? Não significa que a economia ainda se encontra abaixo do potencial?"

    Não…

    Não vou me dar ao trabalho de explicar isso de novo, mas, na boa, para chegar a esta conclusão com uma observação você deve ser ainda mais cretino do que eu sou capaz de imaginar.

  22. A presidenta Dilma deveria abster-se de comentar sobre política monetária, seja antes ou depois das Atas do Copom. Concordo plenamente que as declarações dela sobre tal matéria num momento tão crítico não ajudam em nada.

  23. O cenário para a inflação é dos piores.

    • Políticas fiscal e monetária expansionistas;

    • Política industrial desestimulando as importações;

    • Produtividade estacionada e investimento em queda.

    Ou seja, temos uma DA crescente e condições de oferta restritivas. Tudo isso em uma situação de baixo desemprego. Para crescermos sem inflação (e eu já estou achando que para crescer rosca sem inflação já está difícil), os investimentos e a produtividade deveriam estar aumentando. Mas nosso intervencionismo não deixa. Com a limitação da válvula de escape das importações, a inflação tende a acelerar.

    Resta evidente que o aperto monetário e fiscal deverão ter impacto antinflacionário. E esse expansionismo todo pode até mudar. A questão é que parece que o crescimento potencial hoje do Brasil é ridiculamente baixo. Isso se deve às questões de oferta. Esse governo está intimidando o investimento e limitando os ganhos de produtividade. Este fato, não vai mudar.

    No fim, a variável que importa, com relação a velocidade da aceleração inflacionária, são os meses que faltam até a eleição.

  24. Mishkin é meio basicao demais.
    Na minha epoca a galera colocava alguns capitulos do Mishkin e complementava com uma porrada de paper.

    Clarida, Galí, Gertler: The Science of Monetary Policy

    Alan Blinder: Monetary Policy Today:
    Sixteen Questions and about Twelve Answers

    etc…

    acho q e um bom comeco. Na minha epoca de faculdade era isso. Agora (poucos anos dps) deve ter coisa mais moderna.

    abs
    Xian

  25. "Como que um aumento de 0,25 da Selic resolve o problema?"

    Claro que nao resolve. Se dar so 0,25 e ficar nisso vai desancorar ainda mais as expectativas. Vai ser necessario um ciclo crivel de aperto ate reancorar as expectativas, e quanto mais tempo demorar maior vai ser o custo.
    Por exemplo, o ciclo do primeiro gov lula feito pelo bevilacqua, loyo e alexandre. Colocaram a Selic nas alturas em meio de gritaria, mas funcionou e ninguem questionou mais a credibilidade do BC.
    Aproveitanto a deixa, Alexandre poderia comentar se foi politicamente dificil implementar aquele ciclo?

  26. Dizer que 0,25 de aumento da selic será inútil é só parte do que o Reinaldo disse. A crítica dele aos que defendem a independência do BC foi ridícula, de que vem de um manual líberal e que não tem nenhuma justificativa teórica. Também falar que o governo deve aumentar os juros é uma conspiração dos banqueiros e rentistas não ajuda em nada, alguém poderia rebater que manter os juros baixos às custas de uma inflação mais elevada é uma conspiração da indústria para diminuir o poder de compra dos mais pobres, e o debate ia parar no Ratinho. O que está havendo, na minha opinião, é que sob as políticas vigentes o pib potencial caiu bastante, e mesmo esse crescimento medíocre é capaz de pressionar a inflação. Como o BC não tem o poder de alterar o pib potencial, apenas de suavizar as flutuações cíclicas ao redor dele, é isso o que ele deve fazer. Se a Dilma chiar, que se explique a dita cuja que a culpa é dela, e que se não fosse pelo viés campinenses de suas políticas, o Brasil estaria crescendo mais e com a inflação na meta, assim como os países latino-americanos que entregaram a gestão da política macroeconômica a economistas sérios.

  27. "Aproveitanto a deixa, Alexandre poderia comentar se foi politicamente dificil implementar aquele ciclo?"

    No mínimo, eu pagaria por isso o que me custou para ver e ouvir o John Mayall quando veio a SP. 🙂

    Mas acho que ainda teremos de esperar um tempo pelas Memórias do velho economista.

  28. Nao entendo a choradeira com as expectativas…

    Por que se preocupar tanto em ancorar as expectativas se de acordo com a decomposcao da inflacao de 2012 feita pelo BCB no boxe do relatorio de inflacao a contribuicao destas (mesmo desancoradas) eh infima???

  29. Alexandre, não sou economista e leio regularmente o seu blog para tentar entender um pouco mais de economia. Li hoje um post do Fernando Dantas (E se a inflação veio da oferta?)no Estadao.com.br em que ele comenta afirmações de Darwin Dib (ex-analista do Departamento de Economia do Itaú) que defende que a inflação não está ligada à demanda, mas à oferta, e que, portanto, não restaria ao BC fazer nada, apenas esperar que o "espírito animal" dos empresários volte para que a capacidade produtiva hoje ociosa voltasse a ser plenamente utilizada, ajustando o nível da oferta. Como essa afirmação está frontalmente na contramão do que a maior parte dos analistas afirmam, gostaria, se possível, que vc me (nos) desse uma luz sobre essa posição. O que você acha? O link do post é:

    http://blogs.estadao.com.br/fernando-dantas/2013/04/03/e-se-a-inflacao-veio-da-oferta/

    Obrigado!!

  30. Alex ou "O"

    o que voces acham do livro "chutando a escada" do Chang – cambridge?

    Meu prof heterodoxo citou esse livro como um must read, e disse que o livro mostra como os paises desenvolvidos se desenvolveram e "chutaram a escada" demonizando os metodos que os fizeram se desenvolver, para os paises perifericos nao "copiarem". E citou o "free banking" dos anos 1800 como um exemplo.

    Aí eu pergunto, quem diabos reuniu todos os pesquisadores das faculdades americanas e mandaram "desenvolver uma teoria que atrase os paises perifericos". Bota central planning nisso

    Todas essas teorias da consipiracao nao resistem a 3 segundos de raciocinio.

  31. Artigo do Nassif dessa semana, ele diz isso

    "Tem-se um mercado de trabalho aquecido, salários ainda crescendo, mas o aumento do consumo sendo absorvido por exportações (!!!!), gerando déficits crescentes nas contas externas. A médio prazo, tem-se um quadro insustentável."

    QUE???

  32. "A crítica dele aos que defendem a independência do BC foi ridícula, de que vem de um manual líberal e que não tem nenhuma justificativa teórica."

    Ai ele se perdeu completamente, ate sugeriu que um BC independente poderia controlado pelo Renan e Henrique. O comentario mostra que ele esta por fora do que e' um BC independente.
    Tem tanto uma base teorica robusta como evidencia empirica: Bundesbank x BC argentino (escolhidos a dedo).

  33. "Aproveitanto a deixa, Alexandre poderia comentar se foi politicamente dificil implementar aquele ciclo?"

    Alex, nao pode, nao vai ou nao quer comentar?

  34. Quando as pessoas, especialmente os economistas, vão entender que a inflação é monetária, causada pelo governo, com a expansão da base monetária, e que o aumento de preços é apenas o seu efeito? Por favor, parem de olhar o índice de preços e olhem os agregados monetários!

  35. "Figure 1, taken from McCandless and Weber (1995), plots 30 year (1960-
    1990) average annual inflation rates against average annual growth rates of
    M2 over the same 30 year period, for a total of 110 countries. One can see
    that the points lie roughly on the 45-degree line, as predicted by the quantity theory. The simple correlation between inflation and money growth is .95.
    The monetary aggregate used in constructing Figure 1 is M2, but nothing
    important depends on this choice. McCandless and Weber report a simple
    correlation of .96 if Ml is used, and .92 with M0 (the monetary base). They
    also report correlations for subsets of their 110 country data set: .96 (with
    M2) with only OECD countries; .99 with 14 Latin American countries.
    It is clear from these data (and from the many other studies that have reached similar conclusions) that the applicability of the quantity theory of
    money is not limited to currency reforms and magical thought experiments.
    It applies, with remarkable success, to co-movements in money and prices
    generated in complicated, real-world circumstances. Indeed, how many specific economic theories can claim empirical success at the level exhibited in
    Figure 1? Central bankers and even some monetary economists talk knowledgeably of using high interest rates to control inflation, but I know of no
    evidence from even one economy linking these variables in a useful way, let
    alone evidence as sharp as that displayed in Figure 1. The kind of monetary
    neutrality shown in this figure needs to be a central feature of any monetary
    or macroeconomic theory that claims empirical seriousness"

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