contas - Sylvinho técnico Corinthians

Que o Timão comece a fazer as contas. Blog do Mário Marinho

contas - Sylvinho técnico Corinthians

Durante três anos, de 1998 a 2001, eu trabalhei na Portuguesa de Desportos, como Assessor de Imprensa.

A Lusa foi sempre um time médio, muito respeitado e muito querido.

Mas, sabidamente, lutava bravamente contra uma interminável e inesgotável situação financeira precária.

A torcida exigia, a Diretoria tentava, mas como , nessa situação, formar um time grande?

E o pior: como não cair ao final de cada temporada?

Esse pesadelo começava assim que a tabela do Brasileirão era divulgada. No Paulistão, os riscos de cair, naquela época, com aquele plantel, eram mínimos.

De posse da tabela, técnico, auxiliares, preparadores físicos, médicos, dirigentes se reuniam para analisar os confrontos que teriam pela frente.

As análises eram realísticas e, às vezes, até pessimistas.

Era mais ou menos assim.

Jogo de estreia: Corinthians. Era anotado, com lápis vermelho, ao lado do jogo: “0”. Significava contar com zero ponto naquele jogo.

Jogo seguinte. América Mineiro, em Belo Horizonte. Anotava-se: “1” com lápis amarelo. Havia, portanto, a obrigação de ganhar pelo menos um ponto.

Terceiro jogo. Ribeirão FC, em casa. O lápis azul era usado para cravar: “3”. Ou seja: nãos se podia perder esse jogo.

Chegava-se a um número que os matemáticos garantiam que era o porto seguro. Com tantos pontos o time está seguro, não cai.

E os planos de trabalho eram feitos em cima desses números.

Claro, sujeitos a correções.

Sempre deu certo.

Se o Corinthians, que perdeu duas vezes seguidas para o Atlético Goianiense em quatro dias ainda não fez essa conta, é melhor começar a fazer.

Na segunda derrota, ontem, 2, à noite, a equipe mostrou os mesmos erros do primeiro jogo.

Um time desarticulado, cheio de falhas individuais e coletivas, sem a menor criatividade.

Calma!!! Calma, gritará o corintiano. Estamos apenas na primeira rodada e já vamos temer a queda?

O time não cai nas primeiras rodadas, claro, mas começa a cair aí.

A competição é longa, costumam dizer dirigentes e técnicos. E só depois vão tomar ciência de que o tempo passa mais rápido.

O relógio de quem está ganhando o jogo anda mais devagar. O relógio de quem está perdendo voa.

E a situação corintiana, é bem parecida com a situação da Lusa anos atrás: tem uma torcida exigente, mas não tem dinheiro para montar um grande time.

Se eu fosse o atual técnico corintiano, o Sylvinho (na foto ao alto do Blog), tratava de colocar a defesa em ordem.

Sejamos realistas: tanto tecnicamente quanto financeiramente, o Corinthians tem nada de Timão. Pelo contrário. É de médio pra baixo.

Vamos recorrer à sabedoria daquele técnico das antigas: “É preciso arrecuar os arfis pra evitar a tragédia!”.

Então, se a situação for encarada com a devida realidade, o final pode ser triste. Muito triste.

Aliá, não fossem duas excelentes defesas do goleirão Cássio e uma bola na trave, a tragédia tinha acontecido ontem.

Dia da

Bicicleta

Hoje, 3 de junho,  é o Dia Internacional da Bicicleta.

Aliás, antes de mais nada, gostara de saber quem determina essas datas.

Hoje é o dia disso, amanhã é o dia daquilo e por aí vai. Sei que lá em Minas, dia desses, um deputado apresentou o projeto para a criação do Dia do Pão de Queijo. Mineiro vai achar muito justo.

Mas, no dia em homenagem à magrela, vejo na seção “Há um século”, do Estadão, interessante notícia publicada no dia 02-06-1921, quando a bicicleta ainda não havia sido homenageada. Ei-la:

Acidente de Bicycleta

O padeiro Alfredo Pico fazia hontem aprendizagem de bicycleta, nos arredores do largo Silva. A certa altura das experiencias que fazia na bicycleta, o padeiro conseguiu manter-se em equilíbrio e rodar com o aparelho em volta do pateo. Nesse momento, apareceu um caminhão carregado com papelão dirigido pelo seu proprietário Manuel da Motta, em sentido contrario do cyclista.

O padeiro, perdendo a direcção da bicycleta, foi de encontro aos animais do vehiculo, agarrando-se a um deles pelo pescoço. O animal derrubou-o por terra, pisando em todo o seu corpo.

A victmia teve pernas fracturadas e recebeu contusões pelo rosto e no thorax. Foram lhe prestados socorros pela Assistencia.”

Preocupado com o estado de saúde do padeiro, procurei na edição do Estadão do dia seguinte, 03-06-1921, qualquer notícia sobre o acidentado, mas nada havia nas 12 páginas do jornal daquele sábado.

Entrementes, li que o governo brasileiro, através de seu embaixador na Hespanha, estava preocupado com o recente decreto assinado proibindo a viagem de hespanhois para o Brasil.

Segundo austeros discursos pronunciados por deputados, os cidadãos hespanhois são mal tratados no Brasil e comumente mandados a trabalhar em fazendas distantes sem o menor conforto e segurança.

Fica registrado.

Gols dessa quarta-feira


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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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2 thoughts on “Que o Timão comece a fazer as contas. Blog do Mário Marinho

  1. Prezado jornalista. É triste para mim dizê-lo, mas sejamos claros: o time do Corinthians, hoje, é uma carreta de nove eixos na banguela despenhadeiro baixo. A carga, um fardo de jogadores caros e gordos, apenas torna a força da gravidade ainda um pouco mais letal. O piloto dessa monstruosa urna funerária sobre rodas rumo à autodestruição, um inteligentíssimo teórico que se doutorou nas leis de trânsito, mas desconhece o câmbio e o freio da carreta, mal consegue mantê-la na estrada (já invadiu o acostamento e começa a dar sinais de pânico enquanto ora para São Jorge tentando controlar o volante). O final dessa previsível tragédia, já sabemos, é o capotamento espetacular, múltiplo, explosivo, que aniquila a carga e o piloto, e leva a empresa de transportes à falência: a Segundona! Haveria uma saída?, pergunta-se o aterrorizado piloto diante da aceleração incontrolável que inexoravelmente o põe no caminho do Além. Sim, haveria!, mas requereria uma parada no posto mais próximo para um refil de diesel no tanque (só assim se voltaria a subir pela estrada da morte), mas isso é coisa que dificilmente ocorrerá, pois ninguém na boleia teria dinheiro na carteira para pagar pelo combustível. Moral da história: deixemos de lado as esperanças. Melhor organizar logo o funeral coletivo.

  2. Sobre a nossa Lusa. Do tempo do goleiro Lindolfo e o reserva essa o Ceci. Só craques . Muitos, figuras indispensáveis à seleção paulista e até brasileira. E novo craques surgiam. É craques eram vendidos, vendidos. E a Lusa foi se consumindo e consumida. Até hoje, outros exemplos de administrações duvidosas têm levado clubes tradicionais praticamente a falência. Encargos fiscais, trabalhistas , previdenciárias não são recolhidos e acumulam-se até o ponto de tornaram-se impagáveis. De repente ( de repente !? ) a bomba explore e nada mais há para se fazer.

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